* Caio Bruno – Na última quarta-feira (14) o Supremo Tribunal Federal por 10 votos a 1 confirmou a decisão liminar do Ministro Luís Roberto Barroso que determinou a instalação da CPI no Senado para investigar eventuais omissões do Governo Federal durante a Pandemia da Covid-19.
O foco inicial da investigação é o colapso do sistema de saúde do Amazonas em janeiro desse ano com falta inclusive de oxigênio para os enfermos. Há pelo menos um mês o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito com as assinaturas requeridas estava repousando na mesa do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Uma das frases mais clichês da política e que retrata a verdade é a de que uma CPI se sabe como começa e não se sabe como termina. Que o diga Fernando Collor de Mello que sofreu impeachment após a investigação parlamentar sobre PC Farias (1992) e Lula com a CPI dos Correios que acabou investigando o Mensalão (2005/6).
Sabedor dessa frase, o presidente Jair Bolsonaro tenta conquistar maioria no plenário da comissão e expandir seu foco de atuação para os governos municipais e estaduais. Um caminho difícil que requer habilidade política e boas relações com o Legislativo. Coisas que não são bem os pontos fortes do Planalto, convenhamos.
Deve-se esperar, portanto, uma CPI levemente hostil em seu início ao Governo Federal e que calibrará seus caminhos pelos humores da opinião pública. É o famoso “tudo pode acontecer, inclusive nada”.
* Caio Bruno é jornalista e especialista em Marketing Político
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