Da Redação – Claudemir Peres, 48 anos, gerente do Complexo Industrial da Oxiteno, assumiu em dezembro a presidência do COFIP ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC) para a gestão 2017-2018. Químico industrial com 30 anos de experiência no setor petroquímico, o executivo diz que uma das metas é tornar o Polo Petroquímico do Grande ABC referência em gestão industrial com foco em segurança, saúde, meio ambiente e confiabilidade das operações.
Os planos da nova diretoria partem da implementação do planejamento estratégico do COFIP ABC, criado na gestão anterior sob o comando de Antonio Emilio Simões Meireles, diretor industrial da Braskem. O plano estratégico possui seis linhas estratégicas, que visam estreitar mais as relações do Polo com seus diversos públicos e garantir gestão mais próxima entre as empresas do setor. Veja a seguir os principais trechos da entrevista com o presidente do COFIP ABC.
Pergunta – Estruturar um modelo de governança é o primeiro objetivo estratégico. Qual é a intenção?
Claudemir Peres – Nós iremos estabelecer as práticas que serão aceitas na gestão do COFIP ABC e nas interfaces com os stakeholders. Decidimos estruturar um modelo de governança para proporcionar uma comunicação transparente junto aos públicos externos.
Pergunta – Tornar o COFIP ABC atrativo e sustentável é outra iniciativa prevista no planejamento. Quais devem ser os caminhos para alcançar esse objetivo?
Claudemir Peres – O COFIP ABC tem diversos itens relevantes de atração. Um deles é a capacidade de proporcionar sinergias entre as empresas para alavancar resultados tanto para as indústrias, quanto para a comunidade do entorno. Por meio de atividades como essa, a ideia é estimular novas associações. Quanto maior o número de associados, mais força o COFIP ABC tem como entidade de promoção de sinergias.
Pergunta – Outra meta envolve refinar continuamente o nível de segurança, saúde, meio ambiente e confiabilidade das operações das associadas. Como se dará esse trabalho?
Claudemir Peres – A nossa meta é tornar o Polo Petroquímico do Grande ABC referência em gestão industrial com foco no desempenho de segurança, saúde, meio ambiente e confiabilidade das operações. Para tanto, iremos fomentar entre as empresas associadas procedimentos que assegurem as melhores práticas por meio de iniciativas como o Plano de Auxílio Mútuo (PAM), o Plano de Contingência do Polo (PCP) e o Plano de Emergência para a Comunidade (PEC).
Pergunta – Desenvolver sinergias entre os públicos geradores de valor é outro objetivo do COFIP ABC. Quais tipos de sinergias devem ser fomentados?
Claudemir Peres – Nós iremos promover ações conjuntas entre as empresas associadas para estimular sinergias que permitam obter melhorias na gestão administrativa. Já temos cinco grupos formados em sinergia, que são focados em RH, logística, facilities, manutenção e insumos não produtivos. Todos são formados por representantes de empresas que identificam oportunidades de trabalho em comum e desenvolvem projetos específicos.
Pergunta – Uma das propostas é estabelecer um relacionamento transparente e confiável com moradores do entorno do Polo Petroquímico. Como esse trabalho será feito?
Claudemir Peres – A interação da indústria química com a comunidade situada no entorno das fábricas é para o COFIP ABC um fator primordial de gestão. Já está em fase de criação no Polo Petroquímico o Conselho Comunitário Consultivo (CCC), que representará um importante canal para a troca de informações de interesse comum entre representantes das indústrias e da comunidade.
Pergunta – Assegurar representatividade junto aos públicos de interesse do COFIP ABC também é um objetivo. Quais serão as principais ações e resultados esperados?
Claudemir Peres – Nós queremos, de fato, exercer o nosso papel enquanto comitê de fomento junto aos públicos de interesse para alcançar cada vez mais representatividade. Um recente avanço foi o ingresso do COFIP ABC em subcomissão regional do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, focada em gestão de riscos com produtos químicos perigosos. Este grupo visa atuar de forma integrada e articulada com diversas instituições públicas.
Pergunta – Quais são as expectativas diante do atual momento econômico?
Claudemir Peres – Essa situação macroeconômica e política do Brasil tem trazido desafios a todos os segmentos do mercado, inclusive às empresas do Polo. É exatamente neste contexto de desafio que o COFIP ABC tem o seu melhor papel, que é pensar de maneiras diferentes soluções que proporcionem o crescimento sustentável das empresas e estimulem o desenvolvimento industrial do Polo Petroquímico e de sua cadeia de valor.
SOBRE O POLO INDUSTRIAL
O Polo do Grande ABC é formado por diversas empresas que atuam na extensa cadeia produtiva do setor, incluindo desde refinaria de petróleo até engarrafadoras de gás. Por ser uma indústria de base, a petroquímica é considerada a primeira geração da indústria química e elo inicial de diversos segmentos de mercado, como plástico, borracha, tintas e vernizes, higiene e limpeza, entre outros.
Dentro desta cadeia, o Polo Petroquímico tem grande influência no desenvolvimento econômico e social da região do ABC, com geração de aproximadamente 10 mil empregos diretos e indiretos, além de proporcionar um VAF (Valor Adicionado Fiscal) superior a R$ 2 bilhões por ano aos municípios da região, segundo estudo realizado, em 2014, pela consultoria especializada MaxiQuim.
O COFIP ABC – Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC – é uma entidade criada em 2015 com o propósito de gerar sinergia entre as indústrias, o poder público e a comunidade, em prol do desenvolvimento sustentável da região do Grande ABC/SP. A instituição representa suas associadas em áreas específicas, ao promover ações positivas e identificar oportunidades por meio de grupos técnicos. Atualmente o Comitê possui 10 empresas associadas: Air Liquide, AkzoNobel, Aquapolo, Bandeirante Química, Braskem, Cabot, Chevron Oronite, Oxiteno, quantiQ e Vitopel, e o Plano de Auxílio Mútuo – PAM Capuava – que é um departamento da instituição. Acesse www.cofipabc.com.br
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