Da Redação – O nível do Sistema Cantareira, principal reservatório de abastecimento de água da capital paulista, continua caindo e atinge o número preocupante de apenas 35,4% do volume total, mesmo após chuvas. Em comparação a 2013, a porcentagem é menor que a pré-crise hídrica, quando operava em 56%. A capacidade da estação de tratamento é de 33 mil litros de água por segundo destinados a 6,5 milhões de pessoas das Zonas Norte, Central e partes das Zonas Leste e Oeste da capital, bem como os municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, além de parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André. Mesmo em estado de alerta desde o início do mês de agosto, os paulistanos não parecem preocupados com a possibilidade de uma nova crise. Por que será?
De acordo com o especialista em eficiência hídrica, Wagner Cunha Carvalho, membro do Instituto para a valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo (IVEPESP), o risco de uma nova crise hídrica existe se os níveis continuarem caindo e alerta para a população voltar a economizar o recurso. “Hoje o grande problema é que as empresas e consumidores não estão tratando o assunto como ele merece. É da nossa cultura deixar tudo para a última hora, e assim teremos menos água para administrar. Esse ano temos uma particularidade, estamos num ano de eleição. Como a Sabesp é controlada pelo Estado, muito dificilmente teremos uma campanha mais forte, um racionamento, um rodízio, uma redução de pressão, pois a preocupação agora são os votos. Qual a consequência de tudo isso? Um legado negativo para o próximo ano, com expectativa para a pior crise hídrica de todos os tempos”, diz.
Wagner nos lembra que existem métodos a serem adotados por empresas, indústrias e condomínios, grandes potenciais de uso irregular do recurso, para acabar com o desperdício. “Existem peças específicas, popularmente chamadas de adaptadores econômicos, que acoplados às saídas de torneiras e em sanitários, poupam cerca de 98% de água por minuto em relação às torneiras comuns. São tecnologias importadas da Suécia e Alemanha, com baixo custo e eficiência comprovada. Além disso, a comunicação visual, cultura sustentável, varredura em canos no subsolo com Geofones, para detectar possíveis defeitos invisíveis e todo um suporte virtual, garantem uma economia eficiente e altamente sustentável em qualquer empresa, indústria ou condomínio”, explica.
Além de evitar o uso desnecessário, essas tecnologias (arejadores de vazão de água, reguladores de vazão, redutores de pressão, jet sprays e dual flush, manuais e infravermelho) influenciam diretamente na conta de água, já que o consumo é diminuído. “É possível economizar até 60% na conta, que além de ajudar o planeta, alivia o bolso desses principais consumidores”, releva o especialista.
Sobre Wagner Cunha Carvalho: Administrador de Empresas, especialista em Sustentabilidade – Eficiência Energética e Hídrica. É diretor de relacionamentos e negócios da empresa W-Energy e possui larga experiência em gerenciamento de grandes projetos nos segmentos Comerciais, Industriais, Saúde e de Infraestrutura. Membro do Instituto para a valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo (IVEPESP). Participou ativamente do desenvolvimento da sustentabilidade em nosso país, por meio da geração de grandes resultados coordenando projetos para empresas de diversos segmentos do mercado. Site: http://www.wenergy.com.br
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