Neurocirurgião explica como prevenir o do Mal de Alzheimer

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Da Redação – Nesta quarta-feira (21) se comemora o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, uma doença que chega silenciosamente, sem alardes. De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer, estima-se que no mundo existam 35,6 milhões de pessoas com a doença. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos.

Cerca de 2% da população brasileira com 60 anos apresenta Alzheimer e esse número aumenta ao longo da velhice. Por isso, este dia, e o mês de setembro, são essenciais para a sua conscientização. “Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais cedo se consegue tratar e se postergar os problemas que a doença acarreta para as pessoas”, explica o neurocirurgião Feres Chaddad Neto.

A Doença de Alzheimer (DA) recebeu este nome em homenagem ao neuropatologista alemão Alois Alzheimer, que fez a primeira descrição da doença em 1907. Ela é neurodegenerativa e quem a possui perde a memória progressivamente. De acordo com o neurocirurgião, Feres Chaddad Neto, os principais sintomas do mal de Alzheimer são isolamento, tristeza, irritação, lapsos de memória e perda de peso repentina. “No primeiro estágio da doença é comum que os familiares não percebam, pois é possível confundir seus sintomas como mero envelhecimento”, explica Feres.

Segundo o neurocirurgião, a doença é dividida em quatro diferentes estágios ou fases.
• Estágio I (fase inicial) – alterações na memória, isolamento social, mudanças na personalidade e nas habilidades espaciais e visuais;

• Estágio II (fase moderada) – dificuldade para se comunicar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos; agitação e insônia. Nessa fase, atividades como sair de casa desacompanhado e tomar as medicações sem auxílio tornam-se perigosas.

• Estágio III (fase grave) – resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, deficiência motora progressiva;

• Estágio IV (fase terminal) – restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição, infecções, quedas e desidratação recorrentes. Nesse momento, o paciente apresenta dependência total de cuidados.

“O esquecimento é um processo natural do cérebro, pois se não utilizamos as informações adquiridas, elas desaparecem para dar lugar a novas. Este fato é comum na vida adulta e principalmente na senilidade”, destaca. “Mas quando o paciente começa a esquecer do nome dos familiares próximos ou não consegue fazer um caminho habitual, os familiares precisam ficar atentos para encaminhar a atendimento médico.”

A causa da doença ainda não foi descoberta. Contudo, o fator genético é considerado como preponderante na causa da DA. “Além dele, pesquisas apontam como agentes etiológicos a toxicidade a agentes infecciosos, ao alumínio, a radicais livres de oxigênio e a aminoácidos neurotóxicos”, esclarece o neurocirurgião.

À medida que a expectativa de vida se torna mais elevada, especialmente em países desenvolvidos, tem-se observado um aumento da prevalência da doença. “Embora não seja hereditária, os familiares de pacientes com DA têm maior risco de desenvolver a doença na velhice, comparados a indivíduos sem parentes com a doença”, diz o neurocirurgião. “Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença aumenta a cada cinco anos.”

Todavia, os pacientes que tiveram uma vida adulta intelectualmente ativa, com estimulação cognitiva constante, apresentam mais resistência a manifestarem os sintomas da doença. “As práticas regulares de exercícios, atividades sociais que envolvam debates, leitura, jogos, manutenção do bom humor e controle das emoções também são indicadas”, recomenda Chaddad Neto. “Alguns estudos apontam que o controle da hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo também podem retardar o aparecimento da doença”, explica. Quanto à alimentação, pratos que contêm boas taxas de ômega 3 e vitamina E, presente nos peixes, verduras verde-escuras, sementes e oleaginosas, também são indicados.

Sobre o neurocirurgião – Feres Chaddad Neto é graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com residência em Neurocirurgia pela mesma universidade. Fez especialização (fellowship) em Microcirurgia Vascular e para Tumor pelo Instituto de Ciências Neurológicas, mestrado e doutorado em Neurologia pela Universidade de Campinas (Unicamp), fellowship em Anatomia Microcirúrgica na Universidade da Flórida (EUA). Atualmente é professor adjunto de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde é chefe da Neurocirurgia Vascular. É neurocirurgião em diversos hospitais no Brasil e no exterior.

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