Natália tem maior nota da carreira na fita durante evento-teste

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Da Redação – Natália Gaudio, da Seleção Brasileira Individual de Ginástica Rítmica, entrou na Arena Olímpica do Rio e mostrou que veio para surpreender nos Jogos Olímpicos. Durante o evento-teste da modalidade, nesta quinta-feira (21), a ginasta contou com um apoio mais do que especial para crescer a cada apresentação: a força da torcida, que compareceu em grande número ao ginásio e não parava de gritar o nome da atleta de 23 anos.

No primeiro aparelho do dia, já uma estreia. Natália apresentou pela primeira vez no Brasil a nova série de arco, ao som de Smells Like Teen Spirit, da banda norte-americana Nirvana. A coreografia foi montada em janeiro deste ano pela ucraniana medalhista olímpica Anna Bessonova, uma das inspirações da brasileira na ginástica. A série teve 14,566 como pontuação (7,400 de dificuldade e 7,466 de execução). A nota final não foi a esperada, já que o arco saiu do tablado no fim da rotina. Mesmo assim, Natália não deixou que o nervosismo a atrapalhasse nos aparelhos seguintes e teve o apoio das arquibancadas para brilhar.

“A partir da bola, eu fui prestando atenção no que o público estava dizendo. A torcida gritava ‘força, concentra e você vai arrasar’. Isso me ajudou muito”, confessou. “Não dá para explicar o sonho de estar aqui, dentro de casa. Nenhum lugar do mundo é tão bom quanto o nosso País. Ouvir a torcida gritando meu nome e querendo falar comigo me deixou feliz. Eu fiquei emocionada e me arrepiei toda, pois é uma emoção que não dá para explicar, por isso achei muito importante participarmos do evento-teste. Nos Jogos Olímpicos terá ainda mais público, então acho que isso foi especial em nossa preparação. Agora já consigo ter uma ideia melhor de como será”, completou, agradecendo ao público por todo o carinho.

Ainda mais concentrada, Natália fez a suave série de bola embalada por Bandolins, de Oswaldo Montenegro, e garantiu 15,883 (7,950 de dificuldade e 7,933 de execução). Nas maças, outra coreografia forte e marcante, com Drácula, de Wojciech Kilar, que rendeu à ginasta 16,350 (8,150 de dificuldade e 8,200 de execução). Para encerrar, veio a grande surpresa do dia, com o samba bem brasileiro na fita. Ao som de Ibiza Dance, da Bateria da Mocidade, a atleta fez 16,466 (8,200 de dificuldade e 8,266 de execução), conquistou a maior nota da carreira no aparelho e ocupou a 17ª colocação no geral.

Para ela, o resultado foi além das expectativas. “No arco, eu fiquei um pouco nervosa, mas depois consegui me controlar, tanto é que na bola já fiquei mais tranquila, pois a cada vez que entramos no tablado vamos nos acostumando mais. O nosso objetivo era fazer uma competição limpa, com os quatro aparelhos bem executados. É lógico que tive um erro no arco, mas as outras séries foram limpas. É importante que essas falhas aconteçam agora para que possamos trabalhar até agosto, sempre dando um passo de cada vez. Hoje nós fomos além das nossas expectativas e é maravilhoso terminar nessa colocação, à frente de ginastas que foram melhores do que eu no Mundial do ano passado. Isso mostra um crescimento. Daqui para frente é continuar trabalhando e evoluindo pouco a pouco, para que possamos chegar 100% nos Jogos Olímpicos”, explicou.

A técnica de Natália, Monika Queiroz, frisou que o dia foi de intensas emoções e que, o mais importante, foi o poder de superação da ginasta dentro de quadra. “Logo na primeira série a Natália perdeu o arco, mas ela conseguiu se recuperar ao longo da competição, aumentou as notas e conquistou a maior pontuação da carreira na fita. Esse é o verdadeiro espírito olímpico, saber reverter a adversidade e trazer a responsabilidade para si. Tudo serve como aprendizado”, lembrou Monika.

No último dia do evento-teste da modalidade, nesta sexta-feira (22), das 11h às 12h30, serão as provas do conjunto, com participação da Seleção Brasileira, composta por Eliane Sampaio, Francielly Pereira, Gabrielle Silva, Jéssica Maier, Maiara Cândido e Morgana Gmach. As donas da casa abrem a competição de amanhã, o que, segundo a treinadora-chefe, Camila Ferezin, não interfere no desempenho. “Nós temos que ser indiferentes a isso, pois devemos estar preparadas para entrar em quadra e mostrar o nosso trabalho, independentemente de sermos as primeiras ou as últimas a competir. Como já temos a vaga olímpica e os outros países estão disputando a classificação, é natural que abríssemos para esquentar o público e ser nota base para a arbitragem”, explicou Camila.

A novidade do conjunto brasileiro ficou por conta da série de cinco fitas embalada por Aquarela do Brasil, interpretada por Ivete Sangalo. Pela primeira vez, as ginastas irão apresentar a coreografia na voz da cantora baiana. Quem já viu, garante que será um sucesso. “Para nós, é muito bom ter uma resposta positiva das pessoas do nosso meio, pois isso só vem a somar. Assim esperamos em todos os sentidos, com as ginastas, admiradores da modalidade, pessoas envolvidas e, principalmente, que o público goste também”, contou. “De um modo geral, muita gente tem vindo elogiar o nosso trabalho e dizer que o Brasil está muito bem, crescendo em cada competição e que estamos na briga por uma medalha no evento-teste. Para isso, basta as meninas acertarem as séries”, completou.

Se depender da vontade de Maiara Cândido, o conjunto tem tudo para brilhar. Aos 15 anos, a brasileira é uma das ginastas mais novas da competição e destacou a alegria de fazer parte de tudo isso. “Para mim, é um privilégio estar em uma competição tão grande quanto essa, até por eu ser tão nova. Com certeza, o evento-teste será uma prévia dos Jogos Olímpicos e estou bem ansiosa. Não vejo a hora de entrar em quadra e dar o meu melhor”, reforçou.

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