Da Redação – A política de conscientização ambiental da Prefeitura de São Bernardo já apresenta resultados práticos. Após dois anos de implantação, a coleta de resíduos domésticos por meio das motolixos (motocicletas adaptadas) em regiões altas e de difícil acesso para caminhões tem mudado hábitos nos cinco bairros onde o serviço é prestado – Batistini, Capelinha, Montanhão, Divinéia e Jardim Regina.
O próximo bairro a receber o serviço será o Parque São Bernardo, que contará com dois veículos. A estimativa é que em breve o número de bairros atendidos chegue a 12. Atualmente, a coleta é feita por meio de seis motocicletas. No período chuvoso, as motolixos também operam na região central, e os coletores fazem a troca e higienização das papeleiras das vias.
Os próprios moradores admitem a mudança de comportamento e hoje celebram os benefícios do convívio em ambiente saudável: “Foi uma solução muito boa encontrada pela atual gestão da Prefeitura. Como o caminhão não chega aqui, antes da implantação as ruas eram uma sujeita só. Tinha gente que colocava lixo praticamente na porta da UBS (Unidade Básica de Saúde). Imagina o cheiro que ficava até que viessem recolher”, pontuou o aposentado Francisco Ferreira Bastos, 58 anos, 15 dos quais como morador do Bairro Batistini, onde a coleta é feita às segundas, quartas e sextas-feiras.
Um pouco mais antigo no bairro, o também aposentado Valdomiro Cruz, 65, volta no tempo para ilustrar o cenário de caos: “Há uns dez anos, aqui havia apenas uma caçamba num terreno baldio. A gente depositava o lixo e o caminhão vinha uma vez a cada dez, 12 dias mais ou menos para retirar. E tinha gente que nem jogava dentro (da caçamba). Colocava no chão mesmo. O lixo até apodrecia. Agora tá valendo a pena.”
No terreno citado por Valdomiro hoje funciona o Ponto Limpo, local que conta com uma caçamba semelhante à dos caminhões, que compacta o lixo levado por moradores da parte baixa do bairro. O contêiner tem capacidade para armazenar cerca de 12 toneladas de lixo, e é retirado em média a cada dois dias. O espaço foi implantado em 2013, juntamente com o serviço de motolixo.
Primeiro motocoletor a atuar na região do Batistini, Natanael Bernardo da Silva, 47 anos, atesta a mudança de comportamento dos moradores. “A população se acostumou com a ideia. Logo no início (da implantação do serviço) colocavam na rua fora do dia da coleta. Agora só depositam no dia. Estão se reeducando.”
O Ponto Limpo também recebe materiais destinados à reciclagem, como garrafas PET, latas, papelão e plástico. De lá os objetos são encaminhados para as duas centrais de triagem de materiais recicláveis (Bairro Cooperativa), que são semiautomatizadas e têm capacidade para processar 100 toneladas por dia. As unidades beneficiam 110 trabalhadores das cooperativas Raio de Luz e Cooperluz. A coleta seletiva está presente em toda a cidade e hoje São Bernardo recicla 5,6% do lixo descartado pela população.
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