* Carlos Alberto Coquinho Bazani – A coluna de hoje é dedicada a um grande amigo e por demais conhecido pelas paragens do Grande ABC e até no meio televisivo e esportivo: Miguel de Oliveira. Miguelito é um sujeito carismático, folclórico, muito querido nas rodas de amigos em todo o Grande ABC.
Como massagista esportivo, atuou em diversas equipes de destaque no futebol brasileiro. Entre elas, Palmeiras, Goiás, Ponte Preta, sem falar nos muitos anos no EC Santo André, clube que trabalhou até se transferir para o Palmeiras. Miguel integrou a Comissão Técnica da Seleção Brasileira de Novos, campeã em Toulon – França, comandada pelo técnico Sebastião Lapola. Foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1982), com a Seleção Brasileira dirigida pelo técnico Jair Picerni, que tinha os jogadores Dunga (capitão da equipe), Mauro Galvão (zagueiro), Gilmar Rinaldi (goleiro) e muitos outros craques.
O que poucos sabem é que Miguel praticava outro esporte: A luta livre, o famoso telecatch, que era transmitida ao vivo para todo o Brasil, pela Rede Bandeirantes, e apresentada pelo famoso Edson (Bolinha) Cury, no Programa Astros do Ringue.
Feito o introito, vamos à história. Miguel de Oliveira usava o codinome Miguelito, o Cão. Ele fazia parte do time dos lutadores malvados (sujos), que judiavam dos mocinhos (bonzinhos), com golpes baixos e outras artimanhas não permitidas pela regra do esporte. Fazendo jus ao seu codinome, Cão provocava toda toda torcida presente ao Ginásio lotado, que o vaiava intensa e delirantemente.
Havia no programa, a Dona Nair, aquela vovó simpática que ficava sentada estrategicamente na primeira fila em frente ao ringue, ao lado de sua enorme e inseparável bolsa e uma ripa de madeira compensada.
Num desses programas, Miguelito foi arremessado para fora do ringue pelo seu adversário. Ao passar, e ser vaiado, Cão gesticulou, esbravejou e provocou a doce senhora. Ah, mas a Dona Nair não deixou por menos. Partiu para cima do Miguel, desferindo inúmeras bolsadas e um certeiro golpe de ripa bem no meio da cabeça de Miguelito.
Todo ensanguentado, com um profundo corte, foi levado ao hospital, para a devida sutura e receber diversos pontos na cabeça. Fim de luta para Miguel e final de programa naquela inesperada noite!
As lutas eram treinadas e tudo não passava de uma grande tragicomédia, com as disputas entre o bem e o mal, mas, não se enganem, eram golpes devidamente treinados e ensaiados, e que dificilmente alguém se machucava de verdade. E no caso de Miguel? Bom, a explicação é bem simples. O combinado com a Dona Nair era para ela bater de chapa com a ripa, mas frágil vovozinha ficou tão possessa que bateu com a quina da madeira no nosso glorioso Miguelito, que de Cão não tinha nada!
* Carlos Alberto ‘Coquinho’ Bazani é natural de Santo André. Atuou como assessor parlamentar e político. É membro do Conselho de Cultura de Santo André e colaborador dos veículos Jornal Informação Resumo Jovem, Gazeta do Grande ABC, Orion FM e Cocknews, além de coordenador do Bloco O Beco do Conforto. Contato com o colunista: coquinhobazani@hotmail.com
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