Da Redação – O Mercado Municipal do Rudge Ramos, que completa 47 anos neste mês, é uma tradição no bairro. O espaço continua fazendo histórias, fortalecendo relações de amizade e confiança entre comerciantes, consumidores e toda a comunidade.
Trabalhar no Mercadão ou fazer compras é uma sensação boa e prazerosa. Esse é o sentimento de frequentadores e permissionários do local, que conta com 67 lojas, de diversos produtos: verduras, legumes, cereais, temperos, especiarias, doces, frutas, flores, laticínios, carnes, aves, empório, massas, adega, roupas, calçados, papelaria, utensílios domésticos, artes e artigos para presente. O espaço também conta com praça de alimentação.
Esse patrimônio histórico de São Bernardo tem algumas curiosidades. Por ficar no quarteirão entre a Avenida Caminho do Mar e a Rua Ministro Oswaldo Aranha, o mercado é utilizado como passagem para pedestres. Os estudantes dos colégios dos arredores, por exemplo, utilizam o caminho diariamente e acabam se reunindo para um lanche e muita conversa.
Para alguns executivos que trabalham no bairro, o cafezinho no Mercadão é parada obrigatória depois do almoço. Há também casais de aposentados que fazem refeições na praça de alimentação. Todos os dias, o produtor musical Francisco França e sua esposa almoçam e fazem compras no local. “Para nós, já se tornou um hábito”, afirma.
O Mercado do Rudge faz parte da história de vida de muitas pessoas. Alguns lembram a infância, se identificam com o perfil dos frequentadores, e outros fazem compras nos momentos de lazer.
Elena Frasson nasceu no Rudge Ramos e tem a idade do mercado. “Para mim é uma referência, é o ponto de encontro dos moradores. Temos amor pelo local e esse amor é transferido para meus filhos, que já curtem o espaço.”
O cardilogista Wagner Ciongoli, morador do Centro, faz as compras no Mercadão que, segundo ele, oferece o melhor custo-benefício: “todos os produtos têm qualidade e bom preço. Fora o excelente atendimento”. Como profissional de saúde, ele explica que devemos buscar alimentos naturais, frescos, e evitar os produtos industrializados. “Me sinto bem aqui, conversando e comprando. O tempo passa, é quase uma terapia.”
Morador do Rudge Ramos, Wilson Cezário de Freitas tem ótimas recordações da infância, quando brincava com os filhos do peixeiro do Mercado. “Hoje, quando penso em cozinhar algo especial, esse local é a solução. Encontro produtos importados de boa procedência e qualidade.”
Para a maioria dos permissionários, o Mercado Municipal é sua segunda casa. São décadas de convivência com os fregueses, o que resultou numa grande amizade.
Marlene Farias José é permissionária do Mercadão desde a fundação. “Recordo a festa de inauguração, no dia 10 de novembro de 1968. Esse foi o primeiro comércio grande que o bairro ganhou. Foi um dia inesquecível para os moradores e de muito trabalho para nós, permissionários.” Ela se orgulha de ter sido a primeira a vender carnes no local e revelou que tem imenso carinho pelos clientes e respeito pela Prefeitura, que administra o espaço.
O comerciante de calçados Flávio Viana Barbosa, permissionário há 33 anos, é enfático ao afirmar que não existe outro mercado igual a esse no ABC. “Como lojista, só conheço dois mercados com tanta diversidade: o de São Paulo e o nosso, aqui do Rudge Ramos.”
De pai para filho – Miltinho Zanatta, que assumiu o empório que o pai conduziu durante 40 anos, afirma que é uma grande responsabilidade dar continuidade ao conceito e à marca, que conta com a confiança da comunidade e clientes cativos. “Aqui no Mercadão me sinto em casa, tranquilo, a família nasceu no Rudge Ramos. Tanto que dividimos com nossos clientes receitas de família: a feijoada e o carro chefe do empório, o bacalhau”.
“O mercado têm grande potencial, é único da região, não deve nada ao de São Paulo: temos produtos de qualidade, atendimento diferenciado e uma relação de confiança entre clientes e permissionários, coisa difícil de se encontrar”, concluiu Zanatta.
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