Da Redação – Um dos mistérios mais intrigantes da história da humanidade, o Santo Sudário de Turim – relíquia católica que se acredita ser o lençol mortuário que envolveu o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação – continua até hoje atraindo a atenção de crentes e não crentes, seja para venerá-lo, seja para questioná-lo.
Objeto que suscitou diversos estudos científicos ao longo dos anos, sem contar com a mística envolvendo a relíquia, já imaginou contemplar o Sudário de Turim adentrando no universo da arte? É justamente esta a proposta da exposição temporária Santo Sudário: Entre a Fé, A Arte e a Ciência, que estreará no Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS), no dia 24 de março de 2018, a partir das 11h.
Sob a curadoria do Prof. Dr. Jack Brandão, a mostra é um convite ao público para uma instigante viagem pela arte, pela ciência e pela fé, tendo como base a provável mortalha de Jesus. A exposição apresenta cerca de 40 obras, entre esculturas, pinturas, objetos arqueológicos e plotagens, além de contemplar os visitantes com uma verdadeira aula de caráter interdisciplinar sobre o tema, trazendo curiosidades a seu respeito numa perspectiva totalmente diferente.
Ao longo de diversas seções, o professor Brandão tece não só considerações artísticas e estéticas a respeito do Sudário, como também levanta diversas considerações de cunho científico a seu respeito, sejam arqueológicas, fisiológicas, teológicas e iconológicas, referentes ao processo da crucificação; suscitadas, de maneira especial, por sua primeira fotografia.
O professor também atenta para a distinção entre a padronização seguida pelas obras artísticas ao longo do tempo e sua relação com os traços presentes no Santo Sudário, como uma das justificativas que inviabiliza o fato de a relíquia ter sido uma criação medieval, conforme havia sido insinuado pelo resultado do exame de Carbono 14, em 1988:
“Os artistas do medievo estavam inseridos em uma sociedade subordinada a cânones extremamente rígidos. Quanto à representação imagética, buscavam-se paradigmas em que se espelhar; e, uma vez escolhido o modelo, criava-se, grosso modo, um próprio que serviria de base para outros”.
Após essa viagem cultural, uma grande surpresa foi preparada pelo curador e possibilitada pela tecnologia digital na última sessão: a representação daquela que é a mais significativa passagem do Cristianismo: a Ressurreição.
A mostra, portanto, convida cada um de nós a construir um olhar próprio e diferenciado em direção à relíquia, a fim de que possamos perceber “como a própria mortalha se entrega ao homem da ciência dos séculos XX e XXI, para que, por seu meio, também nós possamos ter um contato com a imagem do ‘Verbo que se fez carne e habitou entre nós’” (Jo 1, 14).
Sobre o curador: Jack Brandão é Doutor pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisador da arte medieval, renascentista e seiscentista, tendo desenvolvido o conceito de iconofotologia, com o qual mantém sua linha de pesquisa. Autor de livros e de artigos referentes a seu objeto de estudo em revistas acadêmicas do Brasil e do exterior, além de poeta e romancista. Docente do programa de Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Santo Amaro (UNISA/SP), é coordenador do Grupo de Pesquisa CONDESIM-FOTÓS e editor da revista acadêmica Lumen et Virtus.
Serviço – Exposição Santo Sudário: Entre a Fé, a Arte e a Ciência, com abertura no sábado (24 de março), às 11h. Visitação de 25 de março a 6 de maio de 2018, no Museu de Arte Sacra de São Paulo – www.museuartesacra.org.br (Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo, ao lado da estação Tiradentes do Metrô), de terça-feira a domingo, das 9h às 17h (bilheteria das 9h às 16h30). Tel.: 11 3326-5393 – agendamento / educativo para visitas monitoradas. Ingresso: R$ 6,00 (estudantes e idosos pagam meia); grátis aos sábados. Informações para a imprensa com Mariana Mascarenhas (11) 99717-4104 contato@marianamascarenhas.com
Nenhum comentário on "Mostra sobre o Santo Sudário envolve arte, ciência e fé"