Marta comanda seleção hoje na estreia do Brasil na Olimpíada

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marta* Wilson Moço – Os Jogos Olímpicos Rio 2016 começam oficialmente apenas na sexta-feira (5), com a festa de abertura no Estádio do Maracanã, mas a corrida brasileira em busca do ouro olímpico tem início nesta quarta-feira, quando a seleção feminina de futebol entra em campo para a estreia na competição contra a China, a partir das 16h, no Estádio do Engenhão.

Comandadas pela meia-atacante Marta, eleita cinco vezes consecutivas a melhor jogadora do mundo (nenhum homem tem essa marca), a equipe vai em busca não somente da medalha dourada, mas também da afirmação e de um maior reconhecimento por parte dos dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que pouco respaldo dão ao time, e de patrocinadores.

Assim como a seleção masculina, a feminina também ainda não chegou ao tão sonhado ouro olímpico, em que pese aparecer sempre entre as cinco melhores equipes do mundo e de ostentar duas medalhas de prata nos Jogos, a de 2004, em Atenas (Grécia), e de 2008, em Pequim (China), resultados considerados surpreendentes justamente pela falta de investimento e incentivo. Situação que não deve mudar mesmo que a equipe supere todas as adversidades e chegue ao título, segundo a avaliação do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão.

“Não acredito nessa responsabilidade da medalha para salvar o futebol feminino. Ele só será salvo quando todo mundo pegar e falar: ‘Vamos desenvolver realmente a modalidade do futebol feminino no Brasil’. O que nos falta é o incentivo social. Se cada prefeitura pegasse o mesmo professor que dá aula no masculino e colocasse no feminino nós teríamos hoje um Brasil muito mais forte”, disse o comandante da seleção.

E o treinador tem lá mesmo suas razões para acreditar que a situação do futebol feminino não mudará no Brasil mesmo que a equipe conquiste o ouro na Olimpíada em casa. Afinal, motivos não faltam para que o técnico tenha essa certeza. Marta, por exemplo, certamente está entre as melhores jogadoras do mundo, mas sua carreira fui construída basicamente fora do seu País, porque aqui não teria como sobreviver do futebol, ao contrário dos homens que estão no mesmo patamar em termos de bola.

A falta de estrutura, de investimento e de incentivo, como campeonatos bem organizados no País, se reflete também dentro de campo. Prata nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, o desempenho da seleção feminina despencou nas competições seguintes de que participou. Na Olimpíada de 2012, em Londres, a equipe não passou das oitavas de final e em Copas do Mundo a participação foi ainda mais pífia: do vice em 2007, foi desclassificada nas quartas em 2011 e nas oitavas em 2015.

Com 102 partidas internacionais disputadas pela seleção e 100 gols marcados, Marta é a estrela da companhia e inspiração para as demais jogadoras, sobretudo as mais jovens, como a atacante Bia, de apenas 22 anos. Todas, no entanto, avaliam que a responsabilidade precisa ser bem dividida, de forma a permitir que o talento da atacante de 30 anos possa brilhar e ela comandar a equipe rumo ao sonhado ouro olímpico.

Frase:

Nós não podemos não jogar futebol feminino no Brasil. Temos poucas equipes que jogam, mas não temos foco.

Oswaldo Alvarez, o Vadão, técnico da Seleção Brasileira Feminina de Futebol, ao comentar sobre a atual situação do futebol feminino no Brasil


 

JOGO RÁPIDO

HOSPEDAGEM CASEIRA PARA 66 MIL

  • Residências de 54 bairros do Rio Janeiro, inclusive fora das tradicionais rotas turísticas, vão hospedar pelo menos 66 mil pessoas durante os Jogos Olímpicos, 45% delas do Exterior. Esse serviço de hospedagem caseira tem o preço bem mais em conta. Enquanto nos hotéis as diárias estão entre R$ 524 e R$ 1.760, nas residências o valor fica na faixa entre R$ 170 e R$ 530. Os hóspedes são oriundos de 650 cidades, de cerca de 110 países. A estimativa é de que vão gastar em torno de R$ 247 milhões na passagem pelo Rio, sendo R$ 81 milhões só com o pagamento de acomodações. Nos hotéis, a ocupação é de 92%.

SEM ESCUDO DO BRASIL NAS AMARELINHAS

  • A CBF divulgou nesta terça-feira (2) como serão as camisas usadas pelas seleções masculina e feminina na disputa dos torneios de futebol da Olimpíada. Mais uma vez, os uniformes amarelo e azul não terão o escudo da entidade no peito. A entidade decidiu criar um escudo apenas com a bandeira do Brasil, estilizada, para evitar problemas com patrocinadores. A seleção usou o escudo da CBF pela última vez na primeira rodada dos Jogos de 2008. Porém, a regra do COI não permitia o uso de símbolos de federações não filiadas, e a equipe treinada por Dunga passou a vestir uma camisa sem nada no lado esquerdo do peito. Em 2012, Neymar & cia. levaram a bandeira do Brasil com os anéis olímpicos no lugar do escudo da CBF.

BROWN ‘INCINERA O INFERNO’ NA SUÍÇA

  • No dia da abertura dos Jogos no Rio de Janeiro, na sexta-feira (5), o cantor Carlinhos Brown participa de festa no Museu Olímpico, diretamente de Lausanne, na Suíça. Ele fará o show oficial de pré-abertura da Olimpíada, que será transmitido ao vivo no canal do Comitê Olímpico Internacional. A programação do local também contará com aulas de capoeira e samba, além de telões que vão exibir a cerimônia do Maracanã. No repertório, o músico levará um pouco do Brasil mundo afora com as suas músicas de sucesso e também do seu recém-lançado CD, “Artefireaccua – Incinerando o Inferno.

ERA BOMBA? ERA BUEMBAAAAA

  • O Estádio Aquático da Rio-2016, que fica dentro do Parque Olímpico, foi lacrado nesta terça (2) por conta de uma ameaça de bomba. A polícia encontrou uma mochila abandonada no local e evacuou a área. Logo depois, as autoridades informaram que a mochila era de um eletricista que trabalhava no local e o acesso foi liberado. Não havia atletas no local no momento do incidente. O Brasil tem treino previsto para a noite desta terça, mas o horário ainda não foi confirmado por causa do ocorrido.

BRASILEIRAS NO ESTALEIRO

  • A bruxa parece ter se soltado na Rio 2016, e veio especialmente pelos lados das atletas brasileiras. A atacante Thaisa, do vôlei, com dores na panturrilha, não treinou nesta terça-feira, mas não preocupa a comissão técnica. A saltadora com vara Fabiana Murer, com hérnia, está fazendo de tudo para estar em condições de competir, e buscar o ouro olímpico em casa. Num amistoso com las Hermanas do handebol, a ponta da seleção feminina de handebol Fernanda França levou a pior em um encontrão no amistoso entre Brasil e Argentina, vencido pelas brasileiras por 24 a 14, na Urca.
24540_119355818076389_6557068_n * Wilson Moço é jornalista, com passagens pelos jornais Diário do Grande ABC, Gazeta Esportiva, Bom Dia ABCD, ABC Repórter e pela Revista Livre Mercado. Contatos com o colunista pelo e-mail wilsonmoco53@gmail.com
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