Da Redação – Um jeito mais leve de fazer política, com conversa, olho no olho e uma busca constante para entender o que realmente a população precisa e deseja. O estilo do novo governador do Estado, Márcio França (PSB), começa a se notar pela atenção que dá aos prefeitos, “independentemente do tamanho do município”, como ele mesmo diz. “Eu sei que muitas vezes eles precisam de uma verba para pavimentação ou para restaurar uma praça, mas o recurso vem carimbado do Governo, para construir uma creche ou um ambulatório que depois nem vai ter como ser mantido pela Prefeitura”, analisa.
Márcio França cita sua experiência como prefeito de São Vicente (entre 1997 e 2004) para dizer que sabe o que os administradores regionais pensam e sofrem. “Eles passam por problemas financeiros graves e sei o que eles sentem: a angústia de querer fazer algo pelo povo e não ter recursos”, comenta. “Vou mostrar que o governo pode ser mais rápido na assinatura de convênios com as prefeituras. Vou ajudar em coisas nas quais elas nunca foram atendidas, como manutenção urbana, por exemplo.”
A capacidade de observação de França, aliada ao gosto de dialogar e ouvir as pessoas, era nítida em sua gestão na Baixada Santista. O hoje candidato ao Governo reservava a parte final do dia, após o expediente, para receber os moradores de sua cidade natal e era visto constantemente passeando pelas ruas do município, falando com comerciantes, pedestres, donas de casa.
Em uma dessas andanças ocorreu uma das histórias mais emocionantes de sua vida política. Ao visitar uma feira livre de São Vicente, encontrou um rapaz muito simples e analfabeto, conhecido apenas como Leo. Ele morava sem as mínimas condições de higiene no sótão de uma casa abandonada da cidade, usava roupas velhas, rasgadas e se agarrou ao emprego de feirante para conseguir sobreviver.
França levou-o para a Câmara de Vereadores vicentina e Lúcia França, sua mulher, o ensinou a ler e a escrever. Com estudo, Leo arranjou também um novo emprego: passou a auxiliar o então prefeito em várias ações da Prefeitura. “Fazer política é alimentar a esperança, o otimismo, enxergar o melhor das pessoas, dar oportunidades e colocá-las no lugar certo”, diz França.
Se há algo que os paulistas como um todo e os prefeitos particularmente podem esperar é um governador que não vai fazer pouco caso de aspirações e promessas regionais. “O que quero é ajudá-los a cumprir seus compromissos com a população. Eles sabem que podem contar comigo, têm meu telefone e quero que me liguem. Para mim, prefeito é prefeito, seja do tamanho que a cidade for”, afirma o candidato.
Nenhum comentário on "Márcio França pretende estreitar a relação com os prefeitos paulistas"