Da Redação – A palavra emoção deveria, mas não resume a sensação vivida pelo atleta Marcelo Teixeira, de 48 anos, na última sexta-feira (26). É que na ocasião, ele finalmente concretizou um grande sonho, traçado há três anos: atravessar o Canal da Mancha – braço de mar que faz parte do Oceano Atlântico e que separa a Inglaterra do norte da França, uma das regiões com circulação marítima mais intensa em todo o mundo (por lá circulam, em média, 400 navios diariamente, além da força das ondas e correntes marítimas).
Agora, Marcelo Teixeira, atleta apoiado pela Planet Sport (www.planetsport.com.br) – academia com 20 anos de atividades na capital paulista, com unidades nos bairros do Jardim da Saúde e V. Mariana – pode comemorar. Ele é o 27º brasileiro na história mundial a conseguir o feito! Foram 14h35 nadando, sem parar, os cerca de 36 km que separam os dois países europeus – que se tornaram 50 km devido à força das correntes marítimas. Em uma das provas mais desafiadoras do planeta, a temperatura da água era de, aproximadamente, 18ºC. Isso não seria um problema, mas as regras da prova exigem que o nadador use apenas sunga, touca e óculos, assim como foi feito pelo primeiro a atravessar o canal, o capitão da Marinha Mercante Britânica, Matthew Webb, em 1875. Além disso, o atleta não pode tocar o barco que o acompanha em nenhum momento.
Cerca de 200 nadadores, entre atletas profissionais e amadores, tentam a travessia do Canal da Mancha anualmente. Desse total, menos de 10% conseguem completar o desafio.
Em sua segunda tentativa de atravessar o Canal da Mancha, Marcelo Teixeira se cercou de cuidados e de um verdadeiro time de profissionais a fim de evitar a frustração vivida há dois anos. Na ocasião, Teixeira nadou por 7h30, mas passou muito mal: sentiu as consequências de uma desidratação, da exaustão, fadiga e acabou subindo ao barco. Apesar de tudo, não desistiu de seu sonho. Chegando ao Brasil, fez uma nova inscrição, que lhe daria a chance de uma nova tentativa em dois anos. Na sequência, iniciou os treinos.
“Neste momento, o apoio dos profissionais de saúde e da equipe da Planet Sport Academia foi importantíssimo”, conta Teixeira. Como a temperatura da água é baixa, foi necessário aumentar o percentual de gordura do atleta. Ele saiu de um índice de 13% de gordura corporal para 22% e 8 kg a mais. Isso significa que ele precisou de acompanhamento de endocrinologistas e nutricionistas para balancear uma dieta de 6.200 calorias e acompanhar a evolução do organismo, que era submetido a treinos intensos de 7 km de natação por dia, somados à musculação e alongamentos. Periodicamente, Teixeira era submetido a exames médicos.
Marcelo Guazzo, gestor da Planet Sport Academia, acompanhou todo o processo de treinos de Teixeira. “Apesar de seguir com sua vida profissional, sempre vi o Teixeira muito determinado. Ele vivia para os seus treinos, muito disciplinado. Inclusive, foram algumas madrugadas de treinos nas piscinas da academia, além de muitas outras horas de atividades na musculação. Ele realmente se preparou para viver esse momento”, avalia.
O atleta também passou por oito treinos em alto-mar. Em cada um deles foram 8h de natação, no inverno, com o mar agitado. Cerca de 15 km a 25 km foram percorridos durante algumas madrugadas. Seu último treino, por exemplo, aconteceu na represa Billings, das 4h às 10h da manhã, sob uma temperatura de 17ºC, para que o atleta pudesse acostumar tanto o corpo quanto a mente.
Cardiologista, fisioterapeuta, os professores da Planet Sport Academia, o técnico e ex-nadador Igor de Souza, além da própria esposa, Iara Rosane, que o acompanhou em todos os treinos e na travessia, foram de extrema importância para que o objetivo fosse concretizado. “Aprenda a não desistir. Nada é impossível e tudo depende do tamanho da sua vontade, foco e determinação que coloca no seu objetivo”, finaliza Marcelo Teixeira.
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