Da Redação – O ex-presidente e herdeiro da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou a procuradores da Operação Lava Jato que uma espécie de conta que a empreiteira mantinha em nome de Lula tinha o objetivo de manter o petista influente após sua saída da Presidência. As informações são da Folha de S.Paulo.
Após Dilma vencer a eleição e assumir o poder, a expectativa era a de que o ex-presidente seguisse com relevância no cenário político. Preso há 1 ano e meio em Curitiba, Marcelo é um dos delatores que revelaram a maneira com que a empreiteira ajudou Lula a financiar o projeto. De acordo com o herdeiro da Odebrecht e demais funcionários da empresa, foi criada uma “conta” financiada pela área chamada Setor de Operações Estruturadas, responsável por caixa 2 e pagamento de propinas.
Usada para a compra de um terreno que abrigaria a sede do Instituto Lula, esta conta, batizada de “Amigo”, seria gerenciada pelo ex-ministro Antonio Palocci, que também está preso. O ex-assessor de Palocci, que também chegou a ficar preso, é apontado como um dos responsáveis pelo transporte do dinheiro em espécie que abastecia a conta.
Segundo a reportagem, há relatos de que que a construção do Instituto Lula seria vital para a consolidação do projeto de poder de Lula. A aquisição do terreno, localizado na zona sul de São Paulo, é ponto central em uma das denúncias em que o ex-presidente é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O Instituto Lula disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comenta “supostas delações”. Declarou também que “delações não são prova, quanto mais supostas delações”. Reafirmou ainda que o ex-presidente jamais solicitou qualquer vantagem indevida e que o espaço que abrigaria o Instituto Lula, que teria sido adquirido pela Odebrecht, “jamais foi do Instituto Lula ou de Lula”.
A nota também diz que mais de 20 testemunhas em depoimentos em Curitiba, incluindo os principais delatores da Lava Jato, não indicaram envolvimento do ex-presidente em desvios da Petrobras. “Repudiamos atribuições de intenções ou interpretações referentes ao ex-presidente Lula feitas de forma leviana pelo vazamento ilegal de versões de supostas delações que são sigilosas.” O advogado Roberto Batochio, que defende o ex-ministro Antonio Palocci e seu assessor, declarou que os fatos relacionados a seus clientes “não correspondem à verdade”.
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