Da Redação – A perspectiva de inserção no mercado de trabalho está mais próxima da realidade para 36 jovens e adolescentes que participam do curso de atendente de lanchonete oferecido pela Lanchonete Escola, iniciativa desenvolvida pela Fundação Criança em parceria com a Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo.
A formação dura três meses (200 horas) e atende jovens de 17 a 21 anos em situação de vulnerabilidade social. Até o fim do ano já terão passado pelo curso, iniciado em 2011, mais de 400 alunos. A formatura dessa turma – a terceira que inicia o curso este ano – acontecerá no fim do ano, no Sindicato dos Metalúrgicos.
Os participantes – alguns atendidos pelos programas da Fundação e outros encaminhados por entidades assistenciais – têm aulas teóricas e práticas sobre produção de lanches, salgados, sucos, manipulação, conservação e distribuição de gêneros alimentícios.
Os alunos recebem bolsa-auxílio no valor de R$ 200 para as despesas pessoais, vale transporte e certificado conferido pela Secretaria de Educação. Eles também têm aulas teóricas sobre cidadania, higiene pessoal e no ambiente de trabalho, e participam de discussões de temas do cotidiano, como o uso racional da água para evitar desperdícios.
As aulas (teóricas e práticas) são ministradas de terça a sexta-feira para duas turmas (das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30) em lanchonete instalada na própria sede da Fundação Criança (Rua Francisco Visentainer, 800, Bairro Assunção). Cada turma tem 18 alunos. A Secretaria de Educação fornece os insumos e os instrutores da área de nutrição.
Para os adolescentes Ruan do Nascimento Reis, 17 anos, do Núcleo Santa Cruz (região do pós-balsa), e Lucas de Jesus, 16, do Bairro Alvarenga, participar do curso representa algo mais do que a abertura de uma porta para o ingresso no mercado de trabalho. É sonhar com um amanhã melhor que o hoje.
“Com esse curso, posso fazer salgados em casa e ajudar minha mãe e, quem sabe, um dia abrir uma lanchonete em casa mesmo”, planeja Ruan, que cursa o segundo ano do ensino médio. “É a primeira qualificação que faço. Espero que seja um ponto de partida para conseguir o primeiro emprego”, completa Lucas, que está no sexto ano do ensino fundamental.
Projeto – A iniciativa atende a jovens e adolescentes da cidade em situação de vulnerabilidade social e aqueles encaminhados à instituição pelo Sistema de Garantia de Direitos e pela rede de atendimento da infância e juventude (CRAS, CREAS, Sedesc, Conselho Tutelar, Ministério Público, Poder Judiciário, Fundação Criança e organizações).
Considera-se em situação prioritária para inclusão no projeto os jovens em situação de trabalho infantil; vivência de violência e/ou negligência; fora da escola ou com defasagem escolar superior a dois anos; em situação de acolhimento; em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto; egressos de medidas socioeducativas; situação de abuso e/ ou exploração sexual; com medidas de proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); crianças e adolescentes em situação de rua e os vulneráveis com deficiência.
As vagas são preenchidas observando-se a situação de vulnerabilidade ou risco social de cada inscrito. Têm prioridade aqueles encaminhados pelos diversos serviços de atendimento à criança e ao adolescente do município, levando-se em conta os serviços de Proteção Especial (alta e média complexidades) e Proteção Social Básica.
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