Portal IMPRENSA – O jornalista Ricardo Boechat morreu nesta segunda-feira (11), em São Paulo. O apresentador do Jornal da Band e da BandNews FM e colunista da revista IstoÉ viajava em um helicóptero que caiu quando passava pela Rodovia Anhanguera, atingindo um caminhão, por volta do meio-dia. De acordo com informações da CCR Rodoanel Oeste, que administra a via, além do jornalista também morreu o piloto Ricardo Quattrucci.
O motorista do caminhão ficou ferido. Cerca de 11 viaturas da polícia foram atender à ocorrência. Aos 66 anos, Boechat deixa esposa, Veruska Seibel, e seis filhos. “Pior dia da minha vida”, escreveu ela em uma rede social, postando também uma foto do casamento (o segundo do jornalista).
Principal âncora do Grupo Bandeirantes, era um dos jornalistas mais respeitados do país. Durante sua carreira venceu três prêmios Esso (1989, 1992 e 2001).
O jornalista retornava de Campinas, interior de São Paulo, onde fez palestra para uma empresa farmacêutica. O acidente ocorreu próximo ao km 7 do Rodoanel, no sentido Castelo Branco. Ele embarcou no helicóptero de modelo Bell, com capacidade para até cinco pessoas, por volta das 11h50 e deveria ter desembarcado na Bandeirantes por volta das 12h15.
Segundo informações iniciais do Corpo de Bombeiros, o helicóptero teve uma pane. O piloto tentou fazer um pouso de emergência, mas atingiu o caminhão e explodiu.
Em postagem no Twitter, a rádio BandNews FM confirmou a morte. “É com profunda tristeza e consternação que nós, da Rádio BandNews FM, comunicamos a morte do nosso amigo e âncora de todas as manhãs, Ricardo Boechat”, dizia a postagem.
Na rádio, a confirmação foi dada pela editora-chefe Sheila Magalhães. “É com profunda tristeza que nós informamos que nosso âncora de todas as manhãs, Ricardo Boechat, estava a bordo deste helicóptero que caiu”, disse.
Os jornalistas Eduardo Barão e Carla Bigatto, com quem o apresentador dividia a bancada, falaram emocionados sobre a convivência e a carreira do apresentador. Posteriormente, a rádio pediu desculpas a seus ouvintes e suspendeu sua programação, passando a repetir de tempos em tempos a homenagem feita pelos companheiros de trabalho. As transmissões normais foram retomadas mais tarde.
“Às 15h, pontualmente, a BandNews FM retoma sua programação normal, em respeito à memória do próprio Boechat. Temos a obrigação, emocional e jornalística, de reportar o falecimento do nosso amigo”, escreveu a emissora no Twitter.
Em um depoimento emocionado, o jornalista José Luiz Datena noticiou a morte do companheiro de trabalho em um boletim do programa Brasil Urgente. Em nota, o presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação, João Carlos Saad, também lamentou o ocorrido. “O jornalismo e o Brasil perderam hoje uma referência insubstituível. E nós, do Grupo Band, perdemos um amigo e profissional que jamais esqueceremos”, disse.
Respeitado mesmo por aqueles que questionavam suas opiniões, Boechat era um trabalhador incansável, de opiniões fortes e conhecido pelo estilo descontraído de falar dos temas mais variados.
Filho de diplomata, o jornalista nasceu em Buenos Aires e começou a carreira jornalística nos anos 1970 no jornal Diário de Notícias, onde trabalhou com o colunista Ibrahim Sued. Com passagens pelos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e o Dia, também foi secretário de Comunicação no governo Moreira Franco, no Rio de Janeiro.
Assim que a informação do acidente foi confirmada, políticos, autoridades, personalidades e admiradores usaram as redes sociais para lamentar sua morte. O presidente da República, Jair Bolsonaro, prestou solidariedade à família do jornalista e do piloto. O vice Hamilton Mourão fez o mesmo, assim como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o vereador Eduado Suplicy, o governador de São Paulo, João Doria, e outros.
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli falou em nome da corte destacando a perda do “excelente profissional que com dinamismo e versatilidade levava a notícia aos públicos mais diversos”.
Os jornalistas Ancelmo Gois, Serginho Groisman, Cid Moreira, Chico Pinheiro, Fátima Bernardes, Alexandre Garcia, Ricardo Noblat, Míriam Leitão, os padres Fabio de Melo e Marcelo Rossi, o apresentador Luciano Huck, o comentarista Casagrande, o cantor Marcelo D2 e o escritor Walcyr Carrasco usaram suas redes sociais para se manifestar.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou nota lamentando a morte do jornalista. “Dono de um estilo inconfundível, Boechat honrou a profissão de jornalista, exercida com ética e compromisso com a verdade dos fatos. Sempre preocupado em levar informação e opinião à sociedade, missão que cumpriu com maestria, Boechat deixa uma lacuna no jornalismo brasileiro.”
A Record TV se manifestou dizendo: “Ricardo Boechat, através de seu trabalho, destacou-se como um dos mais importantes jornalistas do país. E a prova deste reconhecimento foi o merecido Prêmio Esso, um dos mais prestigiosos do jornalismo brasileiro, que o profissional recebeu por três vezes. Admirado em sua longa carreira, vai deixar uma legião de brasileiros que diariamente acompanhava suas análises e opiniões”.
“Boechat alcançou um nível de maestria em manter a objetividade do bom jornalismo sem deixar de emitir sua opinião. Certamente é uma grande perda para a comunicação brasileira”, destacou o presidente da Federação Nacional das Empresas de Rádio e TV (Fenaert), Guliver Leão.
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