Da Redação – O prefeito eleito de São Paulo, João Doria, vai começar a definir a equipe que vai cuidar da transição de governo a partir desta segunda-feira (3). O atual prefeito, Fernando Haddad (PT), derrotado por Doria nas urnas, se colocou à disposição para colaborar com a transição. “Vamos eleger as pessoas que vão compor a equipe de transição. “A coordenação vai ser do Júlio Semeghini, que é nosso coordenador-geral de campanha. Mas vai ser um time, não é uma pessoa que vai coordenar, é um conjunto de pessoas.” O prefeito eleito pretende tirar um feriado de novembro para ficar junto aos filhos, mas quer deixar o governo definido até dezembro.
Doria disse que além do orçamento para 2017, há contratos de concessão pública que precisam ter atenção. Ele citou como exemplos a licitação do transporte coletivo, a Parceria Público Privada (PPP) da iluminação pública e a privatização do Anhembi como pontos a serem observados. “Tem orçamento para ser definido, tem várias iniciativas que estão pendentes, como contratos de renovação de concessões públicas que precisam ter um olhar. [Licitação dos ônibus] é um tema que nós vamos olhar profundamente. Houve um acerto do prefeito Fernando Haddad de não levar adiante essa renovação agora. Vamos avaliar em que forma e por quanto tempo”, disse.
“Tem uma PPP de iluminação pública que não foi adiante e nós vamos levar adiante. Como tem também a própria privatização do parque Anhembi. O prefeito tentou fazer e não conseguiu. Nós vamos fazer”. Doria afirmou que “a modelagem talvez mude um pouquinho. A dele (Haddad) era uma concessão, a nossa é privatização. Vamos tentar aproveitar a base do trabalho”, afirmou.
Elogios ao prefeito – Doria disse que acredita que as contas da Prefeitura estejam em dia. “O prefeito Haddad é responsável. É um homem de bem, uma pessoa correta, tenho certeza de que não haverá nenhuma surpresa desagradável nesse processo de transição”. Doria pretende dar prioridade para saúde e educação. “Saúde é prioridade número 1, número 2 e número 3 das áreas periféricas da cidade. Precisa ter um tratamento eficiente e emergencial”, disse.
Em seguida, segundo o prefeito eleito, vem habitação popular e geração de empregos e oportunidades por meio do estímulo a investimentos privados em várias áreas e redução da burocracia. Doria disse que vai dar atenção imediata ao programa ‘Corujão da Saúde’, para, a partir de janeiro, quando começa seu governo, começar a reduzir a fila que, segundo ele, tem meio milhão de pessoas que esperam para fazer exames.
Doria estima ter “uma boa base” parlamentar na Câmara Municipal, mas não quis antecipar números. Ele espera analisar isso com mais cuidado nessa segunda. Ele disse que quer ter uma boa relação com a Câmara, “mas sem fazer violações ou partilha política”. Doria afirmou que é provável que seu secretariado reflita o arco de alianças que o apoiou, mas deixou claro que seguirá competência, ficha limpa e com comprometimento de gestão. “Vão obedecer ao prefeito, não tem partido”, disse.
Questionado sobre se as ações do Ministério Público Eleitoral sobre sua candidatura o preocupam, Doria disse que não. Ele revelou que foi, inclusive, tomar um café com o promotor eleitoral. “Telefonei, marquei e fui tomar um café com ele. Foi uma demonstração clara de respeito pelo Ministério Público e por ele”, afirmou. Doria disse que tem feito sua defesa como cabe juridicamente e até agora tem obtido vitória no juízo eleitoral.
Confira os números da eleição em São Paulo
– João Doria (PSDB): 53,29% (3.085.187)
– Fernando Haddad (PT): 16,70% (967.190)
– Celso Russomanno (PRB): 13,64% (789.986)
– Marta (PMDB): 10,14% (587.220)
– Luiza Erundina (PSOL): 3,18% (184.000)
– Major Olimpio (SD): 2,02% (116.870 votos)
– Ricardo Young (REDE): 0,45% (25.993 votos)
– Levy Fidelix (PRTB): 0,37% (21.705 votos)
– João Bico (PSDC): 0,10% (6.006 votos)
– Altino (PSTU): 0,08% (4.715 votos)
– Henrique Áreas (PCO): 0,02% (1.019 votos)
– Votos em branco: 5,29% (367.471)
– Votos nulos: 11,35% (788.379)
– Abstenções: 21,84% (1.940.454)
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