* Carlos Alberto Coquinho Bazani – Final da década de 50. O bonachão e boa praça Jamegão, cujo nome de batismo era Augusto Cinti, era o motorista mais antigo e popular do Ponto de Táxi Quitandinha, na Praça do Carmo, no Centro de Santo André. Proprietário de um Cadillac 54, preto, impecável, Jamegão também era boa pessoa e tinha incontáveis amigos, muito embora alguns também ‘da onça’.
Uniforme impecável, incluindo o seu tradicional quepe, Jamegão era daqueles profissionais exemplares. Era sempre requisitado para serviços especiais, como conduzir as noivas para os casamentos na Catedral.
Alto e obeso, Jamegão tinha dificuldade de mover a cabeça para os lados e para trás, devido a sua forma física, que não o permitia muita mobilidade do pescoço.
Certa vez, ele foi contratado por dois clientes preferenciais. Os dois funcionários do cartório estabelecido na praça ao lado do ponto, para fazer uma corrida até a Rua dos Cocais no Jardim Guarará. Preço combinado, missão aceita, portas traseiras fechadas pelos próprios passageiros, que ficaram no local do embarque.
Chegando ao endereço solicitado, Jamegão parou o carro, e após alguns minutos de muita engenharia corporal, virou para trás para receber o valor da corrida. Qual não foi a surpresa de Jamegão ao perceber que não havia ninguém no interior do seu táxi.
Jamegão ficou furioso, e retornou ao ponto indignado com a dupla de brincalhões, que após muitas risadas e gozações, pagaram pelo frete e ainda deram uma substancial gorjeta.
* Carlos Alberto ‘Coquinho’ Bazani é natural de Santo André. Atuou como assessor parlamentar e político. É membro do Conselho de Cultura de Santo André e colaborador dos veículos Jornal Informação Resumo Jovem, da Gazeta do Grande ABC, Orion FM e Cocknews, além de coordenador do Bloco O Beco do Conforto. Contato com o colunista: coquinhobazani@hotmail.com
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