Inscrições abertas para iniciativa de voluntariado de leitura

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Da Redação – Que tal se tornar um local de estímulo à leitura? De 24 de maio a 14 de junho, instituições formais ou coletivos de todo o Brasil, como escolas públicas, secretarias de educação, organizações da sociedade civil, bibliotecas ou associações poderão se inscrever para se tornarem Pontos Myra, locais que realizarão sessões de leitura seguindo a metodologia e as orientações do Programa Myra.

Iniciativa de voluntariado criada há cinco anos pela Fundação SM e que conta com a parceria técnica da Comunidade Educativa CEDAC, o Programa Myra, que antes acontecia presencialmente em escolas públicas de São Paulo, precisou se adaptar para o modelo remoto desde o último ano, devido à pandemia.

Para participar do edital e se tornar um Ponto Myra é importante que os locais ofereçam atendimento regular a crianças matriculadas no 4º, 5º ou 6º ano do Ensino Fundamental, preferencialmente de escolas públicas. As instituições selecionadas receberão da coordenação do programa capacitação para os gestores e apoio, com disponibilidade gratuita de material e consultorias durante todo o período de realização das sessões de leitura na instituição. Para se inscrever, basta acessar: http://www.programamyra.org/material/escola/ .

“A ampliação dos Pontos Myra permitirá que o Programa atinja um número maior de crianças e voluntários, possibilitando a muito mais duplas desfrutarem da experiência singular de realizar sessões online de leitura, uma vez por semana, compartilhando saberes e construindo espaços de interlocução sobre ideias, sentimentos e conhecimentos que a leitura pode suscitar”, afirma Cristiane Tavares, coordenadora pedagógica do projeto.

O edital é aberto para instituições e entidades localizadas em todo o território nacional. O anúncio dos selecionados será feito até o dia 21 de julho. “O nosso plano é que ainda no segundo semestre esses novos Pontos Myra estejam com suas equipes capacitadas para dar início às sessões de leitura ainda em 2021 para atingirmos o maior número possível de crianças beneficiadas pelo projeto. O momento exige esforços de todos para não deixarmos nenhuma criança para trás”, reforça Mariana Franco, gerente da Fundação SM.

Desde 2016, mais de 300 voluntários e voluntárias se encontram semanalmente com as crianças para as sessões de leitura nas escolas do grupo de acompanhamento e nos Pontos Myra – ONGs e instituições que utilizam a metodologia do Programa de forma independente. Atualmente, existem quatro Pontos Myra em atuação, são eles, o Grupo Trapézio ; o Projeto Arte SIM ; a EMEF Rodrigues Alves e o CCA Liga Solidária, todos na Grande São Paulo.

“Desde 2017 desenvolvemos um projeto de roda de leitura, o Leitura SIM, que tem como objetivo levar leituras literárias para alunos de 1° a 3°anos do ensino fundamental de escolas da rede municipal de Santana de Parnaíba. Em 2019, formamos 30 duplas quando conhecemos o Programa Myra. Com o novo formato online, tivemos uma crescente procura considerável no voluntariado para o programa, pois foi considerado como uma oportunidade de fazer algo significativo pela educação através da leitura. E por ser online, algumas barreiras foram rompidas, como o fato de termos voluntários de fora de nossa cidade”, comenta Bruna Astrini, coordenadora do Arte SIM, que atualmente participada do projeto com mais de 100 duplas.

O primeiro contato de Cristiane Albuquerque com Programa Myra foi em 2018, quando era diretora na EMEF Ary Gomes, escola que participou do projeto por dois anos. Ao se tornar diretora da EMEF Rodrigues Alves, em 2019, apresentou o Myra para a sua nova equipe e se tornou outro parceiro do programa a partir de 2020. Para ela, tudo que pudessem agregar conhecimento e contribuir para o aprendizado e o desenvolvimento era válido. “Na primeira vez, quando nos inscrevemos para participar do Myra, nem tínhamos total clareza da proposta, mas imaginamos trazer mais pessoas para dentro da escola, que nos ajudariam a iniciar uma empreitada de transformação. Era necessário romper com aquela inércia. Mas foi infinitamente melhor do que imaginávamos”, avalia.

Albuquerque acredita que, diante da necessidade do distanciamento, os encontros virtuais reconectam as crianças com o clima escolar e permitem um acolhimento e estreitamento de laços que encantam e encorajam os estudantes. “O projeto Myra é um presente para qualquer escola pública que esteja disposta a abrir as portas e dividir a responsabilidade de formar as crianças. Não podemos esquecer que elas são responsabilidade da família, da escola e da sociedade. Pensando assim são responsabilidade de cada um de nós”, completa.

O Programa Myra e a pandemia

No início de 2020, com a nova realidade imposta pela Covid-19, as escolas foram fechadas e, como tantos outros projetos, o Myra se reinventou. Em julho de 2020, ainda sem previsão da reabertura das escolas, foram iniciadas as sessões on-line com um grupo piloto de doze voluntários e crianças. Se no formato presencial era possível cada um levar livros de casa ou escolher nas bibliotecas escolares, agora era preciso garantir que a dupla tivesse acesso às mesmas obras, podendo realizar leituras simultâneas e compartilhadas. Para isso, a Fundação SM enviou kits de livros para esse grupo, a CE CEDAC organizou salas de videoconferência para cada dupla e manteve todo o apoio para que as sessões acontecessem, com acompanhamento semanal de uma mediadora e realização quinzenal de plantões de dúvidas.

“O acompanhamento das sessões pela equipe Myra mantém o vínculo e a interação potencializados neste momento de isolamento social. Quando vemos as crianças identificando suas próprias conquistas leitoras, temos a certeza que a missão desse projeto é alcançar, de maneira saudável e orgânica, mais e mais crianças e voluntários”, enfatiza Franco.

Com o bom resultado do grupo piloto, em setembro ampliou-se para 30 duplas, que seguiram juntas até o fim de 2020, dessa vez com kits de livros fornecidos pelas próprias escolas parceiras. Por estar em ambiente virtual, a leitura de sites, blogs, livros digitais e uso de vídeos, que já acontecia nas sessões presenciais, foi ainda mais presente, diversificando bastante os tipos de conteúdo e as modalidades de leitura.

“2021 está sendo um ano de consolidação das sessões Myra online e da ampliação do número de duplas, de forma cuidadosa, para que os princípios de qualidade que norteiam a seleção e a mediação das leituras sejam respeitados”, destaca Tavares.

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