Indicação do filho à Embaixada dos EUA é desgaste e ‘tiro no pé’

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* Gabriel Clemente – O presidente Jair Bolsonaro insiste na nomeação do filho, o deputado federal por São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSL), para o cargo de Embaixador do país em Washington (EUA). Convém deixar paixões políticas de lado e analisar a questão pelo costumeiro e cauteloso bom senso.

Independentemente de questões de âmbito legal, creio que se trata de caso claro de nepotismo, embora a lei não o considere quando se tratam de indicações para cargos políticos, no qual o caso enquadra-se.

Dentre tantos nomes que trabalham há anos no Itamaraty, será que não há ninguém mais qualificado do que o filho do presidente da República para ocupar o posto? Não é possível.

O fato é que Bolsonaro ameaça comprometer a credibilidade do seu governo junto à opinião pública só para satisfazer e realizar um sonho, um desejo, uma vontade do seu rebento.

Vale à pena? Claro que não!

O próprio presidente, diante da sua insistência, resolveu entrar nas gozações e tem dito, ironicamente, que, entre outras qualidades, Eduardo ‘já fritou hamburguer’ naquele país quando fez intercâmbio.

Sim, parece que ele está querendo colocar à prova toda a seriedade do governo. Dispensável. Além disso, a indicação pode ser legal, mas é imoral, tendo-se a ética sob ponto de vista.

Eduardo ainda terá de ser submetido à sabatina do Senado e renunciar ao mandato para assumir o cargo. Aí entra o embate político.

A ‘tropa de choque’ do governo na Casa Legislativa promete defender a ‘causa’ presidencial, embora não consiga disfarçar o constrangimento entre sorrisinhos amarelos. A oposição, claro, promete artilharia pesada para cima da cria de Bolsonaro.

O presidente precisa ser mais vivo, esperto, e saber governar com bom senso. Colocar todo ou parte do respaldo dos seus 57 milhões de votos só para satisfazer um ‘mimo’ do filho? Insistir com essa marra? É um absurdo sem sentido.

Vou mais além. Mesmo que Eduardo reunisse condições e preparo técnico para assumir a diplomacia, jamais seria de bom tom indicá-lo. Jamais.

Se Bolsonaro resolver mesmo levar essa ideia até as últimas consequências, e o Senado barrar a indicação, ficará em uma saia justa extremamente desagradável e desnecessária.

Se já não bastassem as intervenções insensatas de Carlos e de Flávio, enrolado no caso “Queiroz/Coaf”, agora mais essa.

Parafraseando a música de Roberto Carlos ‘é preciso saber viver’, digo a Bolsonaro que ‘é preciso saber governar’.

Seja vivo, presidente! Fique esperto, ligado!

* Gabriel Clemente é jornalista graduado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atuou como repórter da rádio ABC, assessor de imprensa político e assistente de comunicação institucional do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA)

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1 comentário on "Indicação do filho à Embaixada dos EUA é desgaste e ‘tiro no pé’"

  1. JOSE A V DE SIQUEIRA

    Os motivos de o Presidente Jair Bolsonaro nomear Eduardo Bolsonaro como Embaixador do Brasil em Washington

    Tenho um amigo da minha família que mora nos EUA, é advogado e muitas vezes precisa ir na Embaixada do Brasil nos EUA, resolver assuntos de brasileiros como advogado e comentou que ali é um reduto do PT.

    Os funcionários fazem reuniões e têm um espaço dedicado a Mariele Franco, onde tem ali suas reuniões. Ali detestam o presidente e tem nas paredes quadros “Lula Livre”.

    A única pessoa que o presidente Jair Bolsonaro pode confiar é seu filho Eduardo, pois o mesmo precisa fazer uma faxina naquele reduto e ninguém melhor que ele, pois terá acesso diretamente com o presidente.

    Seu filho irá à Embaixada do Brasil nos EUA como um faxineiro para acabar com este reduto petista. Disse também que quando tem manifestações aqui no Brasil contra Bolsonaro, eles fazem também nos EUA e tudo é articulado de dentro da Embaixada.

    É dali que sai dinheiro para pagar a pelegada pra ficar ali com cartazes “Lula livre”, e abrigam o pessoal do MST que vai do Brasil fazer manifestos.

    Entenderam agora o por quê?

    É preciso confiar no presidente Jair Bolsonaro e entender os porquês, além de deixar de tanto mimimi…

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