* Camila Ferrini – Caro leitor (a), quantas vezes você foi a uma loja com produtos pet e pensou: – Olha que sapato legal, acho que o Totó vai usar! Ou, – será que esse bonezinho combina com a roupinha que comprei?
Sim! Isso é uma forma de humanização! E vamos entender um pouco. Pois isso é mais frequente do que imaginamos. O conceito humanizar já nos leva a entender que é deixar humano o que não é. Correto?
Sabemos que os animais domésticos são sociáveis e necessitam de socialização. E nós humanos encontramos nisso uma forma de tentar deixá-los mais parecidos conosco. Sendo em sua alimentação (como citamos na coluna anterior), seja nas roupas, adereços ou modo de vida.
Será que isso é o correto? A humanização animal pode trazer sérias consequências ao animal, inclusive a morte. Não podemos impor uma rotina de vida para uma espécie, sendo que não é essa vida que essa espécie leva. Ou seja, cachorro é cachorro, gato é gato, humano é humano e assim por diante!
Não podemos passar por cima de coisas importantes do cotidiano de nossos animais, como a necessidade de passeios em parques, ruas, o convívio com a natureza, convívio com outros animais e muitas coisas que fazemos e para nós parece normal, mas para seu animal não é.
A perda da identidade é o principal fator da humanização animal. Um cão ou gato que faz seu xixi no vaso sanitário é apenas um ganho de adestramento. Ele foi humanizado a fazer isso para agradar seu dono. E você deve estar pensando, mas poxa, isso me ajudou muito!
Claro que ajuda, mas também pense no lado de seu animal, e leve-o para fazer um xixi na rua e marcar umas árvores por ai, como é da natureza dele. Aquele cachorrinho ou gatinho que passeia em carrinho de bebê! Isso é humanização! Ele é um animal, não é um bebe. Por mais que tratemo-los assim.
Da mesma forma cito usar meias, sapatos e por quê não roupinhas?
Temos que entender que os animais precisam de suas identidades, precisam saber quem são, quem são seus lideres. E os principais sintomas que afetam os animais quando eles começam a perder suas identidades são a depressão e a agressividade.
Vamos observar mais, deixá-los mais animais e menos humanos possíveis. Viver em harmonia com a espécie.
Até a próxima!
* Camila Ferrini L. Ferreira, 36 anos, tem formação superior em Gestão Ambiental e de Tecnóloga em Veterinária, além de simpatizante da causa animal. Apaixonada pela vida, busca os mais diversos tipos de voluntariado, principalmente nas áreas animal e infantil
Caraca até que enfim, encontrei uma pessoa que tem verdadeiramente respeito com os animais de estimação!! Camila Ferrini.. Parabéns!!!
Obrigada Valdinete pelo carinho!
Abraços
Camila!
Excelente texto! Respeitar os animais envolve também trata-los de acordo com suas espécies. Eu adotei uma gata que já não era filhote, ela era arisca, senpre muito assustada, talvez os donos anteriores não davam o tratamento correto pra ela, mas aqui em casa, além do básico, água limpa e fresca, ração de boa qualidade e um lugar confortável pra dormir, ela recebe muito carinho e atenção também, eu sempre tiro tempo pra brincar com ela de forma que ela desenvolva o instinto de caçadora, acredito que a a forma como eu a trato tenha feito dela uma gata calma, brincalhona e (acredite ou não) obediente.
Agradeço a você Camila, pela explicação, pois ontem na Band News, um cidadão concedeu uma entrevista, utilizando-se desta terminologia: “Humanização”, e fiquei na dúvida, se ele estava certo, ou eu estava errado, e após ler a sua dissertação, conformei minhas convicções. Infelizmente, a maioria de pessoas, desconhecedoras do seu conceito abalizado, são presas fáceis de comentários como o do referido cidadão.-, e deixam-se levar pelos caminhos da ignorância.
Atenciosamente,
Fernando Passos Júnior.