Referência no Estado no atendimento de cardiopediatria, equipamento realizou cerca de 3,8 mil ecocardiogramas em crianças em quatro anos
Texto: Janaína Pereira – Fotos: Gabriel Inamine/PMSBC
Da Redação – No mês dedicado ao tratamento das cardiopatias congênitas – tendo o dia 12 de junho destinado à conscientização do acesso ao diagnóstico e tratamento adequados –, o Hospital de Clínicas (HC) de São Bernardo superou a marca de 400 cirurgias de cardiopatias congênitas infantis e cerca de 3,8 mil exames de ecocardiogramas em crianças, voltados ao diagnóstico da patologia. A unidade é referência no Estado de São Paulo para tratamento da doença, a partir da Central de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross).
De acordo com o secretário de Saúde de São Bernardo, Dr. Geraldo Reple Sobrinho, mais do que números, os resultados mostram o trabalho desenvolvido no equipamento para salvar vidas. “Nossa estratégia engloba atendimento integral, ou seja, cada paciente passa pelos procedimentos necessários, com infraestrutura e tecnologia embarcados, mas também pelo olhar à saúde mental, ao acolhimento dos pais durante cada etapa, o que nos permite atingir soluções efetivas, tanto que evoluímos na demanda de diagnósticos mais complexos”, reforça.
Entre as atuais crianças internadas no HC está a vitoriosa Agatha Lorrane, com quase dois meses de vida, que já superou duas fortes crises de insuficiência cardíaca, antes de ser internada no complexo. “Não tive a alegria do parto, mas preocupação, porque ela já estava roxinha. Dias depois, eu tive alta, mas ela não. Não temos histórico de doenças cardíacas na família e ficamos muito assustados com o diagnóstico e as chances de vida dela, nossa quarta filha. Porém, as equipes operaram um verdadeiro milagre em sua estabilização até passar pelo cateterismo. Agora, aguardarmos ela ter mais resistência para então passar pela cirurgia”, relata Ângela Paula Rodrigues Martins, 40, mãe da paciente.
SOBRE CARDIOPATIA CONGÊNITA INFANTIL – Por ano, 29 mil crianças são diagnosticadas com a cardiopatia congênita no Brasil, sendo que 23 mil precisam de cirurgia no primeiro ano de vida. Os principais sintomas são a dificuldade em mamar, cansaço, coração acelerado, suor excessivo na cabeça e nos pés, aparecimento de sopro no coração, desmaios, aparência roxa da criança, todos de acordo com a gravidade da doença em recém-nascidos ou durante primeiros anos de vida. Para identificar a doença, é fundamental a realização da ecocardiografia fetal, no pré-natal, ou logo após o nascimento, além do teste do coraçãozinho (com oxímetro) para apontar a necessidade desse exame de imagem para excluir ou não qualquer anomalia.
CENTRO DE REFERÊNCIA – Por meio de parceria entre o Governo do Estado, Prefeitura e o Instituto do Coração (Incor), desde 2018, o Hospital de Clínicas (HC) é referência para cirurgias cardíacas infantis para o Estado de São Paulo. O local é composto por ambulatório, alas de enfermaria e de UTI, centro cirúrgico, sala de exames de imagem (ecocardiograma, ressonância nuclear magnética, radiografia, etc) e sala de hemodinâmica, uma ferramenta crucial para nortear os tratamentos, tanto no diagnóstico como às cirurgias, a partir do estudo da mecânica da circulação do sangue.
Mesmo durante essa pandemia, as nove equipes médicas que compõem a ala de tratamento de cardiopatia infantil implementaram protocolos e deram sequência aos tratamentos, sem interrupções ao serviço. Atualmente, 75% dos pacientes atendidos são encaminhados do ambulatório local, outros 13% por transferências de outras UTIs hospitalares tanto do Grande ABC como de outros locais no Estado e 7% de enfermarias de outras regiões.
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