Da Redação – Em um belo aquecimento para os Jogos Olímpicos, a Seleção Masculina de Handebol subiu ao lugar mais alto do pódio neste domingo (19). A equipe conquistou o tricampeonato do Pan-Americano da modalidade, depois de vencer o Chile em uma final no mínimo diferente. Como aconteceu nas edições anteriores, a previsão era que os brasileiros enfrentassem os argentinos, que jogaram em casa, na quadra montada no espaço Tecnópolis, em Buenos Aires.
Porém, após terminarem em segundo lugar da chave, os anfitriões tiveram que encarar o Brasil na semifinal e perderam, sendo assim, disputaram a medalha de bronze com o Uruguai e saíram com a vitória. Durante a final contra os chilenos, o placar não foi tranquilo em nenhum momento para a equipe brasileira, que terminou com uma vantagem de quatro gols. No final, fechou o jogo em 28 a 24, após 15 a 12 no primeiro tempo.
O início foi bastante tenso, digno de uma grande decisão. Depois de mais de dois minutos sem que ninguém fizessem um gol, o Brasil abriu o placar com José Guilherme. Após garantir três gols de vantagem, a equipe cometeu erros no ataque e perdeu vários gols, alguns cara a cara com o goleiro. Trabalhando melhor os contra-ataques, o Brasil conseguiu chegar mais efetivo na área adversária e avançou no placar. Terminou o primeiro tempo com uma diferença de três gols e levou isso para a etapa seguinte.
Os chilenos não desistiram e seguiram fazendo pressão sobre o Brasil, que passou a explorar mais também os gols de pivô com Tchê. A defesa brasileira funcionou sempre muito bem e contribuiu para um segundo tempo melhor para o time brasileiro. O Chile continuou buscando a recuperação e dando trabalho, mas a equipe nacional conseguiu se manter sempre à frente e se recuperar quando o time oponente começou a arriscar mais.
O tecnico Jordi Ribera apontou alguns fatores que poderiam ter saído melhores durante a final e semifinal, mas elogiou a consistência do grupo. “Acho que fizemos um bom campeonato. Talvez não tenhamos jogado tão bem na final. Tivemos alguns apuros no ataque, como também tivemos contra a Argentina. Isso possivelmente se deva ao fato de que tivemos partidas muito fáceis durante a fase de grupos, que não nos permitiu treinar situações de seis contra seis com mais fluidez. Também pode ser que tenhamos sentido um pouco a pressão, pois temos jogadores muito jovens, que em outros momentos não tiveram essa capacidade de finalização. Fomos merecedores do título. Ganhamos sete jogos que disputamos. Mostramos em todos eles que fomos superiores e estou contente com o grupo que fez um bom trabalho”, elogiou.
O armador José Guilherme Toledo disse que a concentração da equipe foi fundamental durante o campeonato. “Foi um torneio muito duro e estamos muito contentes. Entramos em todos os jogos com muita concentração e respeito com todos os adversários. Demos o máximo na quadra sempre e isso funcionou.”
O ponta Fábio Chiuffa, artilheiro do Brasil, com 43 gols, apontou a defesa como uma grande arma do grupo. “Acredito que nossa defesa está muito bem, muito sólida e compacta. Para mim foi tudo muito ótimo. Consegui jogar bem esse campeonato e estou muito feliz. Espero seguir treinando e evoluindo para fazer bem as coisas no Rio”, projetou o jogador.
Alexandro Pozzer, o Tchê, teve um papel importante na vitória de hoje, modificando o ataque. O resultado foram seis gols anotados. “Foi a primeira vez que nossa geração ganhou esse Pan-Americano. Poderia ter sido a final contra a Argentina, mas contra o Chile foi muito bom também. Conseguimos manter o mesmo nível durante o campeonato e todo o time está de parabéns. O Chile tem uma equipe muito boa, conta com vários jogadores que estão na Europa e foi uma partida muito dura também”, finalizou o pivô, lembrando que o Brasil havia conquistado o título da competição em 2006 e 2008.
Com folga na próxima semana, a Seleção Masculina volta a se reunir para uma fase de treinamentos no Brasil e depois segue para a Dinamarca, onde irá enfrentar a Seleção da casa em dois amistosos. O passo seguinte já será a reunião para a disputa dos Jogos Olímpicos.
O campeonato premiou a equipe ideal e o Brasil foi destaque também. O melhor ponta esquerda foi Felipe Borges e o melhor ponta direita, Fábio Chiuffa. Sebastián Simonet, da Argentina, foi o melhor central, Rodrigo Salinas, do Chile, o armador direito, o pivô foi Estaban Salinas, do Chile, Matias Schulz, da Argentina o melhor goleiro e o melhor jogador e armador esquerdo Minik Hoegh, da Groenlândia.
Gols do Brasil: Tchê (6), Chiuffa (5), Borges (4), Thiagus (3), Léo (3), José Guilherme (3), João Pedro (1), Teixeira (1), Oswaldo (1) e Haniel (1). Gols do Chile: Erwin Feutchmann (9), Ceballos (5), Esteban Salinas (5), Emil Feutchmann (3), Baeza (1) e Frelijj (1).
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