Paris, 28 de outubro de 2024 – Um novo relatório produzido pela UNESCO em colaboração com o G20 mostra a contínua sub-representação das mulheres nas áreas de conhecimento e profissões científicas. A Organização pede que os Estados adotem medidas firmes para fortalecer, com urgência, a igualdade de gênero nesses campos. Baixe o relatório“Nos países do G20, a participação feminina nas áreas de ciências, tecnologias, engenharias e matemática chega apenas a 22%. Essa situação enfraquece a nossa capacidade coletiva de inovar e de enfrentar os desafios urgentes do nosso tempo, como a mudança climática e a transformação digital. Sob a liderança do Brasil, a UNESCO produziu um relatório que destaca essa realidade e recomenda uma série de ações para, finalmente, alcançar a igualdade de gênero”, afirmou Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO.No âmbito do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres, que se reuniu pela primeira vez sob a Presidência Brasileira do G20, a UNESCO, com base em seu mandato e em sua expertise em educação e ciências, apresentou aos membros do G20 o relatório “Changing the equation: securing STEM futures for women”, que fornece um panorama completo da presença feminina nas áreas de STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologias, engenharias e matemática). O relatório revela que, assim como ocorre em várias regiões do mundo, a participação feminina nessas áreas nos países do G20 teve um progresso mínimo nos últimos 15 anos (22% em 2021, comparado a 19% em 2005). Além disso, quando trabalham nesses setores, as mulheres enfrentam significativas disparidades salariais e limitadas oportunidades de progressão na carreira.Nos dez países do G20 em que há dados disponíveis, o salário médio das mulheres nas áreas de STEM não ultrapassa 88% do que recebem os homens – em quatro desses países, é ainda inferior a 75%. Embora as bolsas científicas sejam um recurso financeiro crucial para muitos pesquisadores, em 2022 as mulheres representavam apenas 37% dos beneficiários em um conjunto de 13 países, dos quais dez são membros do G20. As desigualdades de gênero começam ainda na escola. Devido à persistência de preconceitos e discriminações de gênero, as mulheres representam apenas 35% dos formados em cursos universitários de STEM nos países do G20, embora frequentemente seus resultados sejam iguais ou superiores aos dos homens nessas áreas. Esse percentual cai para 29% nas tecnologias da informação e comunicação (TIC) e para 26% nas áreas de engenharia, manufatura e construção. Além disso, mais de 40% das mulheres que estudam STEM relatam ter sido vítimas de atitudes sexistas.Diante dessa realidade, a UNESCO pede aos Estados do G20 que adotem políticas transversais em favor da igualdade de gênero, a fim não só de promover as aspirações de meninas e mulheres para seguir carreiras nas áreas de STEM, mas também de garantir às jovens graduadas condições de trabalho justas e equitativas. Isso significa combater preconceitos sexistas presentes nos materiais pedagógicos, oferecer orientações profissionais que considerem questões de gênero, criar políticas de apoio que permitam às mulheres conciliar o trabalho e sua vida familiar sem prejuízos e, ao mesmo tempo, assegurar que seus esforços sejam reconhecidos e recompensados de forma justa. Para obter mais informações : Baixe o relatório | |||||||||||||||||||||||||
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