Da Redação – O Hospital Infantil Cândido Fontoura, hospital estadual referência na região da Zona Leste de São Paulo, fechou as portas no final da tarde desta quinta-feira (14) por falta de médicos pediatras. A falta de profissionais nos serviços de pronto-atendimento de baixa complexidade e a baixa resolutividade da atenção básica está gerando revolta na população que acaba lotando hospitais especializados. O mesmo já foi observado em outros centros de referência, como o pronto-socorro do Hospital Mandaqui.
Com o aumento no movimento do pronto-socorro pediátrico de hospitais maior complexidade, a maioria gerido pelo governo estadual, estes serviços não conseguem atender à demanda, uma vez que as unidades hospitalares também não contam com um número suficiente de médicos, resultado da escassez de concursos públicos e da baixa atratividade da carreira oferecida pelo Estado de São Paulo. O presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (SIMESP), Eder Gatti, alerta que o desfalque na equipe médica é um problema de longa data.
“Essa situação precisa ser urgentemente revista. Os médicos servidores do estado estão há mais de três anos sem reajustes, com uma perda salarial acumulada em quase 25%. Quem mais sofre com isso é a população, que não consegue um atendimento mais rápido”, afirma. Ele explica que o corte no orçamento da saúde de R$ 3,8 bilhões oficializado pelo Governo Federal no fim do ano passado agrava ainda mais a situação, acompanhado pelo decreto do governador que impede a contratação de novos profissionais por concursos públicos.
“Todos esses fatores somados impedem a oferta de assistência à saúde pública de qualidade à população. Temos o cenário perfeito para a proliferação de problemas no atendimento e cenas lamentáveis de revolta”, finaliza.
Sindicato dos Médicos de São Paulo (SIMESP) – Fundado em 1929, o Sindicato defende a atividade médica, a luta pela dignidade no exercício da medicina e o acesso à saúde como direito do cidadão. Aborda temas como planos de saúde, Sistema Único de Saúde (SUS), organizações sociais (OSs) e salário dos médicos, entre outros.
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