Exposição “Lilás” de Maíra Freitas apresenta abordagens sobre temas relacionados à maternidade e diversidade de gênero

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Mostra abre ao público dia 10 de agosto, às 19h, no Sesc SCS. Em cartaz até 10 de dezembro de 2022

Da Redação – Uma exposição que traz elementos envolvendo temas atuais e que fazem o visitante refletir sobre o papel da maternidade, gênero, mãe solo e violência obstétrica. Essa é a proposta da exposição “Lilás”, da artista Maíra Freitas, que estará aberta no Sesc São Caetano a partir do dia 11 de agosto. Lilás também é o nome da filha de Maíra.

Os temas abordados em sua mostra fizeram e fazem parte da vida da artista, que coloca em primeiro plano os traços que a singularizam como mulher cisgênero, lésbica, não branca e mãe solo, tendo na “maternagem” o elo das intersecções entre essas características. Nele, o parto e a violência obstétrica sofrida por ela exercem papel decisivo, o que a leva a priorizar aquele termo em lugar de maternidade.  A curadoria está a cargo de Luciara Ribeiro.

A mostra marca a segunda edição de Pelas Beiradas, projeto do Sesc São Caetano.  A proposta é caminhar pelas beiradas do grande circuito de artes visuais do estado de São Paulo e abrir espaço para as redes de artistas, curadoras e curadores que estejam em início ou meio de carreira, com projetos artísticos que dialoguem com o contexto programático da unidade. Para o Sesc, o valor da diversidade se atualiza e adquire corpo a cada oportunidade em que o invisível, a despeito de sua vigência velada, se presentifica e se expõe à apreciação pública.

E para esta edição do Pelas Beiradas, Maíra, através de suas obras, vai além de recusar a romantização da maternidade e sim se volta para a intersecção entre trabalho reprodutivo, de cuidado e dissidência sexual. “Ser mãe não é sinônimo de ser mulher cisgênera e heterossexual. Gestar não é sinônimo de ser mulher. Cuidar do futuro de uma comunidade não pode ser sinônimo de abnegação ou desamparo social e governamental”, explica ela.

O trato de seus traumas passa pelo cultivo da maternagem como estado de conexão ativa entre mãe e filha. É no exercício do vínculo dedicado às necessidades físicas e psíquicas da criança que o desenvolvimento emocional se processa reciprocamente, entre quem é cuidado e quem cuida. Para Maíra o tornar-se mãe não é apenas dar à luz, mas se entender em um jogo labiríntico do que se é, do que se tornou, do que se deseja ser, do que se projeta para si e do que os demais esperam. Nesse processo de desvendar veredas, Maíra Freitas construiu parte do conjunto das 12 obras apresentadas nesta exposição.

Sobre Maíra Freitas

Maíra é natural de Campinas (SP) e atua como artista, pesquisadora, arte-educadora e curadora. É cisgênero, lésbica, racializada, mãe solo. Doutoranda em artes visuais pela Unicamp. Expôs na individual “Solo da Maternagem Solo” e em diversas exposições coletivas nacionais e internacionais. Foi curadora da exposição individual “Desvio-Devir” de Thiago Goya (2020 – Sesc Sorocaba), do Festival Lacração (2021) e do EAV Unicamp (2021). Sua produção em arte contemporânea é multilinguagem, passando pela arte do vídeo, performance, fotografia, pintura expandida e objetos. Relaciona arte e vida, a partir de marcadores sociais da diferença, com interesse em questões de gênero, maternagem e racialidade.

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