Evolução do mundo corporativo exige atenção à proteção do patrimônio

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* Ricardo Valência – Falar sobre as transformações pelas quais o mundo e uma série de setores estão passando já se tornou clichê. É praticamente impossível encontrar um segmento que não tenha encarado mudanças importantes nos últimos anos. Eu gostaria, porém, de chamar atenção para o mercado de seguros e para as proteções voltadas para empresas e profissionais. Se observarmos especificamente esse segmento, veremos algumas evoluções importantes.

Ano a ano, quem tem recebido cada vez mais destaque no meio corporativo é o Seguro de Responsabilidade Civil D&O. Sua criação remonta ao ano de 1929, nos Estados Unidos, por ocasião da quebra da bolsa de Nova Iorque, mas seus primeiros registros no Brasil datam dos anos de 1990.

Porém, foi somente com a crise financeira de 2008, com os grandes escândalos de corrupção revelados nos últimos anos e com os acidentes com importante impacto ambiental, que a modalidade efetivamente passou a ter um volume expressivo de adeptos – bem como de sinistralidade – por aqui. A pandemia e suas consequências, como os altos índices de demissões, endividamento e problemas orçamentários, ampliaram os riscos de ações judiciais que podem ser relacionadas a responsabilidades fiscais, tributárias, estatutárias, trabalhistas e outras, que tem enorme potencial para atingir o patrimônio dos executivos, visto que a desconsideração da pessoa jurídica está cada vez mais aplicada.

Desde então, empresas e executivos têm procurado meios de proteger os patrimônios de pessoas físicas que ocupam cargos de liderança em empresas, bem como de conselheiros, administradores, entre outros.

Mas a necessidade e a busca por proteção não vêm apenas pelos motivos apontados acima. O interesse crescente das companhias em abrir capital e captar dinheiro em bolsa, assim como a diversidade de novas empresas e até de pequenas corporações com corpo diretivo bastante consciente têm feito a busca pelo Seguro D&O crescer. De acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), a modalidade anotou crescimento de 52,4% somente nos quatro primeiros meses de 2021 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Trata-se de um dos maiores crescimentos registrados na categoria de Seguros de Responsabilidades.

O fato é que independente da área de atuação, todo negócio tem sua margem de risco e toda decisão tomada pelos executivos em posição de comando nas empresas será difícil. Com os acontecimentos mais recentes, pudemos abrir os olhos e aprender por meio de exemplos. Jamais imaginamos ver casos de investigação e condenação de presidentes e diretores de empresas, não é mesmo? Porém, vivemos a era da informação e do conhecimento. Se é possível buscar proteção, por que não o fazer?

* Ricardo Valencia é diretor comercial da Energy Broker – empresa de consultoria, corretagem e administração de seguros.

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