“Eu não sou petralha e nem coxinha, eu sou contra a corrupção do Brasil”

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Da Redação – Neto de Joaquim Barbosa de Souza, um dos fundadores do PCdoB, o cantor e compositor Jorge Vercillo, sempre gostou do ideal socialista. Mas atualmente, em um momento em que o país passa por tamanho desajuste político, ele prefere não limitar suas ideias a uma posição unilateral.

“Então você é capitalista ou socialista. E daí? Não sou petralha nem coxinha, sou contra a corrupção, e hoje o sistema político é todo corrupto. Eu não preciso escolher um lado, quero é ver o meu país melhor e uma reforma política que beneficie a todos”, diz.

Um dos artistas com mais músicas inseridas em novelas brasileiras, Vercillo é conhecido pelas trilhas românticas que embalam as novelas brasileiras. Mas o cantor e compositor tem seu lado político, que não perde uma oportunidade de discutir ideias para construir novas perspectivas em cima de determinado assunto. “Esse também o papel do artista. De ser um agitador cultural”, avalia.

O que o músico critica é exatamente essa unilateralidade que tomou conta do país e das pessoas, que defendem fervorosa e arbitrariamente uma ideia sem abrir espaços para discussões em cima do tema. “Mais importante do que se achar dono da razão em uma discussão política, é ter a capacidade de observar ambos os lados. Afinal, mais efetivo do que cegamente se posicionar erguendo uma bandeira, é enxergar as duas pontas da discussão”, diz.

“Não entendo este fervor em gritar fora Dilma!, fora Temer!, enquanto, na verdade, tinha que ser fora todo mundo, fora esta maneira corrupta de se fazer política!”, desabafa o cantor. Para ele, a sociedade aprenderia mais e as injustiças seriam menos frequentes se estivesse mais aberta a opiniões diferentes, sem querer que apenas uma voz predomine e seja considerada a correta. “O fundamentalismo é de uma infantilidade incrível. Ao invés de pensarmos em melhores soluções, preferimos nos agredir mutuamente pela verdade unilateral que não existe”, diz.

Em sua avaliação, o PT prestou um desserviço para a população. “Através do modo como implantaram o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, que são boas ideias, transformaram política pública em paternalismo nocivo”, diz o artista carioca. Para ele, o sistema não pode ser mudado ou transformado por algumas pessoas. “O sistema engole a todos os indivíduos que querem fazer algo de bom. Ou você se queima ou não vai conseguir fazer nada. A única forma de mudar esse cenário é através de uma profunda reforma política”, acredita.

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