Eu não sei: Um novo paradigma para o período pós covid?

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* Odilon Medeiros – É quase uma unanimidade entre os teóricos, técnicos e especialistas nas diversas áreas que afetam o ser humano, enquanto integrante de uma sociedade, em afirmar que nada será como antes. Até aí, tudo bem.

Entretanto, a partir daí, já não se pode apresentar, com certeza, o que será implantando nas relações entre as pessoas. Tudo o que afirmado é mera especulação. Um dos fatores para que isso ocorra é que não se teve um tempo hábil para realizar estudos que possam comprovar a implantação, permanência, adequação e/ou exclusão de determinado comportamento.

Na busca pela sobrevivência, as empresas reagiram muito rapidamente à condição imposta pela pandemia. Aliás, esse está sendo um fator preponderante para que as empresas possam continuar operantes: a adequação aos novos tempos, realizando mudanças profundas na sua operação, em prazos extremamente curtos, sem planejamentos prévios e com a mínima chance de erros. Tarefa difícil, mas que vem sendo realizada com um certo grau de sucesso. Possivelmente em algum momento, os gestores pensaram: “eu não sei o que fazer”.

“Vivemos em ambiente de incerteza radical. A modernidade é tão complexa que não a compreendemos, e então precisamos aprender por meio de experiências, de tentativa e erro”. Quem afirmou isso recentemente, já no período de pandemia, foi o Sir Paul Collier que é professor de Economia e Políticas Públicas na Universidade de Oxford e que está entre os economistas de desenvolvimento mais conhecidos do mundo. Quando ele fala em aprender e em tentativa e erro, fica claro que ele também não sabe. E isso não gera falta de credibilidade na sua atuação profissional.

Aliás, anteriormente o profissional que afirmasse que não sabia de algo, tinha a sua capacidade técnica colocada em dúvida. Atualmente, em um mundo tão complexo e devido a essa mesma complexidade, e usado com moderação, o “eu não sei” já não há esse aspecto negativo.  

Afinal, se você não sabia, saiba que a previsão é de que em 2020 sejam gerados 350 zettabytes de dados, ou 35 trilhões de gigabytes. Mesmo considerando que todos esses dados não são utilizados de uma maneira generalizada, entende agora por que não é possível um profissional saber de tudo?

Observem que eu usei o termo com moderação, pois isso não dá o direito ao profissional usar essa expressão de forma corriqueira, pois não ter o conhecimento necessário para desenvolver as suas atividades vai comprometer a sua imagem e a sua reputação. E tenha a certeza: não é de profissionais assim que as empresas (caso você seja um colaborador) ou os clientes (caso você seja um empresário) estão precisando.

E até quando essa condição de usar o “eu não sei” vai continuar? Eu, sinceramente, não sei.

* Odilon Medeiros – Mestre em Administração, Especialista em Psicologia Organizacional, Coach, Pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em Vendas, consultor e palestrante

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