Da Redação – Cerca de 100 universitários da Grande São Paulo acertam os últimos detalhes em sete aviões radiocontrolados, projetados e construídos dentro de suas instituições de ensino, para disputar a 18ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, que será realizada entre 3 e 6 novembro, no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José dos Campos (SP).
As sete equipes da Grande São Paulo (três da Capital, três de São Bernardo e uma de São Caetano) integram as 95 inscritas nesta edição, sendo 88 brasileiras e sete estrangeiras. No total, mais de 1.300 participantes – entre estudantes, professores orientadores e pilotos – representarão 77 instituições de ensino superior do Brasil (18 Estados e Distrito Federal) e do Exterior.
Esta edição contará com 22 equipes de São Paulo, 17 de Minas Gerais e sete do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro e Paraná serão representados por seis cada. Santa Catarina possui cinco equipes. Rio Grande do Norte aparece com quatro. Pernambuco e Distrito Federal têm três equipes cada. Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso e Paraíba, com duas. Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Sergipe estão com uma equipe cada. Participarão, ainda, quatro equipes da Venezuela, duas do México e uma da Polônia.
ABC – Veterana na competição, a equipe Harpia AeroDesign UFABC, da Universidade Federal do ABC, apostou em redução de peso e melhoria do processo construtivo ao desenvolver aeronave de asa alta com filamento, empenagem de cauda tripla totalmente móvel, trem de pouso triciclo e motor elétrico capaz de carregar 14,3kg e alcançar velocidade de 19,3 m/s. “Reduzimos em 500g o peso total vazio da aeronave, agora com 2,3kg. Utilizamos principalmente madeira balsa devido à leveza e à flexibilidade e fibra de carbono em razão de leveza e resistência”, conta Rodrigo Dantas Dias, estudante de Engenharia Aeroespacial e capitão da equipe, composta por 15 estudantes, que obteve a 34ª colocação da Classe Regular em 2015. Também representarão o ABC as equipes FEI Regular e FEI Micro, do Centro Universitário da FEI; e Obelix, do Instituto Ma uá de Tecnologia.
CAPITAL – Com 10 estudantes da Universidade Anhembi Morumbi, a equipe Aeroduca desenvolveu aeronave que apresenta como ponto forte duas asas dispostas em configuração tandem, na qual uma asa, mais baixa, fica à frente de outra. “Com essa inovação, o avião pode ganhar melhor sustentação com menos arrasto possível”, afirma Thiago de Souza Beté, 30, estudante de pós-graduação em Segurança de Voo e capitão da equipe, que no ano passado ocupou o 45º lugar na Classe Regular. Para a construção da aeronave, que pesa 5 kg, transporta carga de 5 kg e alcança velocidade de 24 m/s, foram utilizados materiais que apresentaram leveza e resistência como madeira balsa. Da Capital ainda participarão as equipes Keep Flying, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI USP); e Ícaro, da Uni versidade Nove de Julho (Uninove).
Aeronaves – Para estimular a criatividade das equipes, o Comitê Técnico criou outros desafios para as três categorias de aeronaves. Na Classe Regular, pela primeira vez, os aviões deverão ter dimensões compatíveis com o espaço definido por um cone com base de 2,5 metros de diâmetro e altura de 75 centímetros. Além disso, as aeronaves estão liberadas para transportar como carga útil materiais de quaisquer tipo e dimensões – exceto chumbo. A categoria segue restrita a aeronaves monomotores.
Na Classe Advanced, os aviões deverão apresentar aumento do conteúdo de eletrônica embarcada. Além do tempo de voo, os sistemas a bordo deverão computar a velocidade. Cai por terra a restrição de peso vazio, mas, quando carregadas, as aeronaves não deverão exceder 35 Kg. Permanecem de livre escolha o tipo de propulsão (combustão ou elétrica) e o número de motores, assim como deixa de existir a limitação de máxima cilindrada para o grupo motopropulsor. Em contrapartida, a área total das hélices não poderá ultrapassar 0,052 m². Como na Classe Regular, as aeronaves também poderão transportar como carga útil materiais de quaisquer tipo e dimensões – exceto chumbo.
Na Classe Micro, bolas de tênis não são mais obrigatórias e as aeronaves poderão transportar como carga útil materiais de quaisquer tipo e dimensões – exceto chumbo. Outra novidade é a possibilidade de alijar a carga durante os voos – ganharão pontuação adicional as equipes que conseguirem realizar alijamentos com sucesso. Nesta categoria não há restrição de geometria ou número de motores – todos elétricos – porém, a partir de agora, as equipes deverão ser capazes de desmontar o avião depois de voo, e transportá-lo desmontado em caixa de volume de 0,1 m³.
Provas – Na Competição SAE BRASIL AeroDesign, as avaliações são realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme regulamento. Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma da Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem as melhores as pontuações, ganharão o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2017, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: oito primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Advanced e um na Classe Micro. A SAE Aerodesign East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE BRASIL é afiliada.
Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação de Engenharia, Física e Tecnologia relacionada à mobilidade.
Reconhecida pelo Ministério da Educação, a competição recebe o patrocínio do Grupo Airbus, Altair, Boeing, Embraer, GE, Honeywell, Parker, Rolls-Royce, Saab e United Technologies. Também conta com o apoio das instituições ADC Embraer, DCTA, ITA, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Prefeitura de São José dos Campos. “As competições de engenharia dos programas estudantis da SAE BRASIL são um desafio e tanto para os futuros engenheiros, que passam pelo rigoroso crivo de especialistas em provas de resistência aplicadas a veículos criados por eles, e não raro são observados por olheiros de empresas interessadas em contratar talentos”, destaca Frank Sowade, presidente da SAE BRASIL.
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