Especialistas em energias renováveis debatem junto ao Cebri a transição para o NetZero

Marcus Silva, gerente geral Brasil e Argentina da Air Products, líder mundial no fornecimento de hidrogênio, participa do evento e afirma o compromisso da empresa no uso do hidrogênio como matriz energética

São Paulo – O Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) realizou, no dia 20 de julho, evento online sobre o uso do hidrogênio na transição para o NetZero, com participação de Marcus Silva, Winston Fritsch, Jorge Camargo, Ivan Sandrea e também de Marco Alverà, especialista em energias renováveis, CEO da TES (Tree Energy Solutions), co-fundador da Zhero e autor do livro “The Hydrogen Revolution”.

No início do evento, eles citaram a urgência no desenvolvimento de novas matrizes energéticas, pautando na crise climática que impacta o mundo. E reforçaram ainda que o setor de energia limpa deve movimentar cerca de cem trilhões de dólares no mundo, tendo em vista o Brasil como uma forte potência na produção de energia limpa a baixo custo.

No debate também foi ressaltada a importância de, principalmente no Brasil, iniciar com a transição para o hidrogênio azul, com o investimento em descarbonização, ao envolver tecnologias de captura, sequestro e uso de carbono. Outro tópico tratado abordou os desafios na cadeia de abastecimento de fontes de energias renováveis, os quais envolvem a geração, transmissão e distribuição de fontes de energia do futuro, como o hidrogênio verde.

O gerente geral da Air Products Brasil e Argentina, Marcus Silva, afirmou que para que tenhamos um processo de produção e distribuição do hidrogênio verde sustentável é preciso contar com parcerias e early adopters, clientes de adoção antecipada de uma determinada empresa, produto ou tecnologia. Para ele, são necessários investimentos e incentivos dos governos para aumentar a escalabilidade e capacidade da produção do hidrogênio, diminuindo, assim, os custos.

Os participantes do evento virtual também relembraram o fato da Air Products fazer parte dos dois maiores projetos de hidrogênio verde no mundo, sendo um deles na Arábia Saudita, com 650 toneladas por dia de hidrogênio verde, capacidade instalada de eletrolizadores de 2GW e capacidade instalada de energia elétrica em torno de 4GW, com o primeiro módulo entrando em funcionamento por volta de 2026.

A temática do encontro está em alta no Brasil, desde o decreto 11.075, de 19/5/22, que regulamenta o mercado de carbono no país. O documento tem como base a Política Nacional de Mudança do Clima. Entre outros pontos, o decreto traz o conceito de crédito de metano, a possibilidade do registro da pegada de carbono de processos e atividades, o carbono de vegetação nativa – que chega a 280 milhões de hectares em propriedades rurais, o carbono do solo – fixado durante o processo produtivo, e o carbono azul – presente nas áreas marinhas e fluviais.