Escola de Santo André sofre invasão cultural em feira de livros

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shutterstock_71370472-566x360Da Redação – O escritor paulistano Ricardo Lísias, uma sala que reproduz a experiência literária para cegos, mais de mil volumes e o tema deste ano, o grafitti, são alguns dos atrativos da IV Feira de Troca de Livros da E E Profa. Inah de Mello, que acontece nesta sexta-feira (10), das 11h30 às 19h30. A feira vem crescendo e, em sua quarta edição, já praticamente dobrou o número de volumes trocados entre os alunos, como forma de estímulo à leitura e à compreensão de textos.

Desde a primeira edição, a feira vem ajudando a aumentar a procura dos alunos pelas bibliotecas de Santo André e pela própria Sala de Leitura da unidade. Chamando maior atenção de professores e estudantes inclusive de outras escolas, além de própria comunidade no entorno da escola, o evento vem reunindo escritores, educadores, contadores de história e outros colaboradores em torno do desafio de motivar aos moradores e aos alunos o hábito da leitura.

Uma das atrações deste ano, Lísias está lançando o livro Inquérito Policial – Família Tobias, sobre um personagem que tem o mesmo nome do autor e que é acusado de falsificar documentos para escrever uma obra de arte. A experiência foi tirada do próprio escritor, que chegou a prestar depoimento à Polícia Federal por causa de sua obra anterior, o e-book Delegado Tobias. Aos 40 anos, Lísias já foi finalista do Portugal Telecom, um dos principais prêmios da literatura de Língua Portuguesa.

Ele não é o único escritor da feira. Cida Simka, Renata Kyrillos e Thales Mendes, todos com livros novos lançados pela editora Uirapuru, vão falar de suas experiências e da importância da literatura. Sandra Ribeiro também vai falar de sua vivência na palestra Do bullying à escritora.

Grafitti – O principal tema da feira este ano é o grafitti. Durante a feira, o FPL Crew, grupo de Santo André, vai desenvolver um painel na parede da Sala de Leitura da unidade – com o tema da leitura. A Inah de Mello também vai promover um intercâmbio de informações a partir de uma de suas especialidades – a unidade é polo em educação para deficientes visuais. Por isso, a exemplo do ano passado, ela terá uma sala às escuras com o objetivo de mostrar às pessoas videntes, por meio de sons e aromas, como é a experiência da literatura para os cegos. Duas professoras também vão dar uma oficina de braile para principiantes.

Segundo o diretor da unidade, João Batista Oliveira, o objetivo da feira – que tem sido alcançado – não é reforçar o fetiche do livro como objeto ou como produto, mas sim a experiência ética e estética que ele pode trazer. “Na Educação, o livro não pode ser tratado como commodity. Não é seu valor de troca, de objeto do mercado, que nos interessa. É a maneira como ele leva informação às pessoas. Nosso objetivo é de que a comunidade entenda que abrir um livro e absorver a informação é importante. É tanto um ato de desenvolvimento pessoal quanto de prazer.”

O diretor quer também reforçar o papel da escola na sociedade. “Muitas pessoas veem a escola como um espaço de repressão e de pouca liberdade. Essa visão está no cerne do debate atual, que envolveu inclusive invasões de unidades, não com o objetivo de contestar a função social da escola, mas justamente de reforçá-la de acordo com o ponto de vista de cada um. Nosso intuito é de que esse debate seja livre e público.”

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