No Brasil cerca de 35 mil toneladas de lixo são descartadas em áreas a céu aberto e contaminam o solo, sendo o chorume um dos maiores poluidores do solo
São Paulo – O Marco do Saneamento, aprovado e sancionado em 2020, tem exigido uma atenção especial ao destino correto dos resíduos sólidos no Brasil. A nova legislação exige a extinção dos lixões nas cidades com mais de 100 mil habitantes até agosto de 2022, entre 50 mil e 100 mil habitantes até 2023 e com menos de 50 mil habitantes até 2024. Com cerca de 35 mil toneladas de lixo sendo descartados em áreas a céu aberto e contaminando o solo, esse desafio tem sido bem grande.
Mesmo quando o lixo é depositado em locais adequados, muitas vezes as áreas contaminadas continuam expostas. Por isso, a Air Products Brasil traz, pelo segundo ano consecutivo, um debate sobre o tratamento adequado do chorume, líquido escuro, viscoso, com uma quantidade de Demanda Biológica de Oxigênio (DBO) – medida de poluição – aproximada de 1.000 mg/L, ou seja, ainda maior que a do esgoto.
Resultado da decomposição e da dissolução em água da matéria orgânica, o chorume é um dos maiores poluidores do solo, quando o lixo é mantido a céu aberto e também responde pela poluição hídrica, contaminando as proximidades de cursos d’água ou lençóis d’água subterrâneos ou freáticos.
“Mesmo com as empresas e governos investindo no tratamento de chorume, o resultado muitas vezes não é o esperado, já que o modo de tratamento é determinante para o sucesso no processo. A altíssima concentração de nitrogênio amoniacal, que precisa ser removido, demanda alto consumo de oxigênio e conhecimento da cinética das reações microbiológicas”, explica Edson Basílio, Gerente de Aplicações e Desenvolvimento da Air Products.
Segundo ele, é preciso investir em maneiras sustentáveis de tratar o poluente. “O tratamento ideal do chorume utiliza o oxigênio adequadamente, por meio de um processo biológico, em três etapas. A primeira é o tanque anóxido, ou seja, com oxigênio zero. Em seguida, passamos o produto para um tanque aeróbico, onde mantemos o oxigênio em níveis bem altos para alimentação do lodo biológico e, finalmente, o líquido vai para um decantador, onde o lodo é retido, fazendo com que possa retornar à estação de tratamento do efluente. A água tratada é descartada, já sem perigo de toxicidade para os rios e seus peixes”, esclarece Basílio.
Além de gerar mais eficiência no tratamento, o uso do oxigênio também reduz o consumo de eletricidade, sendo duplamente sustentável. “A utilização de bons equipamentos de dissolução de oxigênio puro ajuda a reduzir muito o consumo de energia elétrica e aumenta a capacidade das estações de tratamento, sem necessidade de parar o tratamento por nem um dia sequer”, conclui.
A Air Products é uma das maiores especialistas no tratamento de efluentes e atende diversos setores, sendo as indústrias de curtumes, químicas, alimentícias e de celulose as maiores interessadas em razão da grande geração de poluentes advindos de sua produção.
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