Emprega Diadema completa um ano e muda centenas de vidas

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Da Redação – Há um ano era lançada pela Prefeitura uma nova etapa na captação de empregos, geração de trabalho e renda: o Emprega Diadema, o Centro Público de Emprego e Renda. Acessado pelo link https://emprega.diadema.sp.gov.br/, o site reúne em um mesmo lugar informações sobre vagas de trabalho, cursos, orientações para formalização de negócio próprio, além de cadastro de currículos de trabalhadores, serviços de empreendedores e mural de prestadores de serviço que atuam como Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP).

“Nosso objetivo desde o início foi integrar toda a cadeia de oferta e geração de empregos da cidade, além de proporcionar um ambiente de oportunidades de negócios e cursos em um único local”, afirmou o prefeito José de Filippi Júnior. “E deu muito certo!”

Nesses 12 meses, mais de 17 mil currículos foram cadastrados e mais de mil vagas oferecidas. Ao todo, 677 pessoas já foram contratadas apenas por meio da plataforma, e esses números aumentam a cada dia, enquanto mais e mais empresas buscam a Prefeitura de Diadema atrás dessa intermediação – e mais e mais pessoas conquistam finalmente a tão sonhada carteira assinada.

DA APAE PARA A MAIOR LAVANDERIA DO BRASIL

Henrique Alfredo Ribeiro de Freitas, 42 anos, nunca chegou a estudar. Por possuir uma leve deficiência intelectual, não conseguiu aprender a ler e tem dificuldade de aprendizado. Mesmo assim, fez pequenos serviços como auxiliar em uma firma por 14 anos. Mas a pandemia veio, a firma faliu e Henrique se viu sem emprego. “Fiquei 2 anos parado. Quem me ajudava era a APAE,” desabafou. Foi lá que falaram para ele sobre o Emprega Diadema. Uma assistente social o ajudou a cadastrar o currículo e em pouco tempo ele foi chamado. “Nem imaginava que a prefeitura fazia esse serviço. Rapidinho ligaram me chamando para uma entrevista.”

Quem também passou pela APAE foi Robson Luís de Souza, 31. Com a mesma deficiência intelectual de Henrique, também saiu da escola na 1ª série e passou por alguns pequenos empregos. Nos últimos 10 meses estava parado. Na verdade, tudo menos parado: “Saía todo dia pra procurar emprego, acordava às 6 da manhã e já ia pra rua estregar currículo. Mas nada de conseguir.” Foi então que uma amiga soube do site e cadastrou o currículo dele. “Logo ligaram me chamando.”

Os dois foram contratados como auxiliares de lavanderia pela Atmosfera, uma empresa do grupo francês Elis, um dos maiores em gestão e higienização de têxteis do Brasil – e também uma das primeiras empresas e fazer parceria com o Emprega Diadema. “Já contratamos 20 pessoas com deficiência pelo Emprega e queremos contratar mais,” afirmou Ligia Oliveira Sérvulo, analista de recursos humanos da empresa.

A gratidão dos dois rapazes, agora empregados, é visível. “Ficar indo de loja em loja é muito duro,” disse Robson. “É bem melhor cadastrar o currículo uma vez só e todas as empresas terem acesso.” Já Henrique é enfático: “Esse trabalho que a Prefeitura faz é muito importante.”

A Gerente de Recursos Humanos Simone Helena da Silva Rosvolen, 48, achava estar em um emprego estável. Com 36 anos de experiência no mercado de trabalho (“Sim, comecei a trabalhar com 12 anos!”) e 15 anos só na área de RH estava segura em seu antigo emprego, onde tinha um salário compatível com sua experiência. Mas então foi pega de surpresa com a decisão da empresa de mudar de cidade. “E o pior é que era eu a responsável por fazer as entrevistas de desligamento dos funcionários, enquanto eu mesma pensava no meu desligamento e já buscava outras oportunidades.”

Uma coisa ela sabia: não seria fácil. “O mercado tem muito preconceito com pessoas acima de 45 anos, principalmente se quisermos manter nosso nível salarial.” Ela já se preparava para um longo período de envio de currículos e entrevistas malsucedidas. Foi então que um dos funcionários que ela teve que demitir contou já ter conseguido outro emprego pelo portal Emprega Diadema. “Eu nunca tinha ouvida falar desse serviço, mas me interessei. E também cadastrei lá meu currículo. Dentro de uma semana eu já estava com uma nova proposta de emprego.”

Simone retomou seu trabalho como gerente de RH em uma Agência de Comunicação Visual de Diadema. “A plataforma foi realmente um diferencial. Eu realmente não esperava, eu não acreditava que era possível, ainda mais com a minha idade, 48 anos, encontrar um novo emprego tão rapidamente. Hoje eu indico o Emprega Diadema a todos os funcionários que são desligados e a todo mundo que me procura em busca de emprego.” Segundo ela, a atenção, a dedicação e o respeito de todos os funcionários que trabalham no Emprega Diadema fizeram toda a diferença. “No momento em que você se vê desempregado, você fica muito carente de atenção, o que menos você encontra é uma mão estendida de alguém querendo te ajudar. E no Emprega Diadema eu vi isso. Eu senti e pude viver na pele. Foi bem bacana.”

Reinaldo Gomes de Morais, 38, até tinha o ensino médio completo. Mas estava sem emprego fixo havia uns 4 ou 5 anos. Só entregando currículo e fazendo uns bicos. Seu último trabalho havia sido em uma empresa terceirizada, que ainda ficava com parte do pouco salário que recebia. Mas estava difícil. Ou as empresas buscavam pessoas com mais formação ou diversos cursos no currículo, ou quem entrava era indicado de alguém ou ele que não fazia o “perfil” da empresa – aquela forma veladas das empresas exercitarem seu racismo estrutural e outros preconceitos. Definitivamente fora desses “padrões”, Reinaldo resolveu se inscrever em dois programas da Prefeitura, o Nosso Bairro Melhor e a Frente de Trabalho, que oferecem bolsas-auxílio para que pessoas em situação de vulnerabilidade façam serviços de limpeza e manutenção em prédios públicos, enquanto recebem capacitação profissional. Ele foi chamado pelos dois programas e optou pela Frente de Trabalho, “pois pagava melhor.”

O que Reinaldo não esperava era ser enviado para trabalhar justamente no prédio da SEDET (Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho), que coordena o Emprega Diadema. “Foram as meninas do Emprega Diadema que incluíram meu currículo no sistema, me orientaram a como me comportar nas entrevistas e quando me chamaram eu até tomei um susto,” contou. “Achei que queriam me demitir da Frente de Trabalho. Quando fui ver, era a seleção de uma grande rede de supermercados, para um emprego de carteira assinada, coisa que eu nunca imaginei que teria. Fui chamado para ser caixa e comecei segunda-feira agora.”

Reinaldo passou no seu antigo serviço apenas para agradecer às funcionárias do Emprega e se despedir. “Agora é rumo ao novo emprego! Realmente foi Deus que colocou o Emprega na minha vida. Deus e a Prefeitura.”

Diadema é hoje a cidade com maior densidade demográfica do país, uma cidade com muitos habitantes e limitadas oportunidades de emprego. Para a vice-prefeita Patty Ferreira, também secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, quanto mais pessoas a Prefeitura conseguir inserir no mercado de trabalho, melhor. “Esse é o papel da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho: criar pontes entre quem está procurando emprego e quem está ofertando. Nós fazemos esse encontro. Quando juntamos o poder público, o setor privado e a sociedade civil, a coisa funciona de uma forma mais positiva. Ninguém faz nada sozinho.”

Para Paulo Barbosa, secretário-adjunto da SEDET e um dos idealizadores da plataforma, é muito satisfatório todos esses resultados positivos. “É importante destacar o amplo diálogo com todos os setores produtivos do município e região relacionados à contratação de trabalhadores. Para o futuro, as expectativas são ainda mais otimistas, com a implantação do atendimento presencial e melhoria contínua do sistema, para ampliar o atendimento aos munícipes e estabelecer novas parcerias com empregadores,” afirmou. “Outro ponto que merece destaque foi a implantação do programa sem empenho de recursos financeiros, apenas o trabalho dos servidores da Prefeitura de Diadema.”

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