Da Redação – Garantir atendimento de qualidade e humanizado, além de dar atenção especial a casos em que é preciso também cuidar do lado emocional, faz parte do dia a dia dos 80 funcionários do Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher (Caism) de São Bernardo, que em julho completou 25 anos de atividades. Único da região a manter ambulatório de infertilidade, o espaço é referência no tratamento do câncer de mama, doença responsável por cerca de 7 mil atendimentos por ano.
A assistente administrativa Ana Maria de Oliveira está, desde 2014, entre as pacientes que passam por tratamento na unidade. Ela foi encaminhada ao Caism por uma médica da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jordanópolis, localizada próximo de sua residência, logo após descobrir um câncer no seio direito. Ana notou pequeno nódulo em um autoexame e procurou o médico do convênio. Uma biopsia confirmou o que ela tanto temia.
Ana lembra que foi um dos piores momentos da sua vida ouvir do médico que estava com câncer de mama. E que demorou a entender o que poderia acontecer. “A palavra câncer é assustadora. Fiquei meio perdida no início”, disse.
Apesar de o convênio garantir o tratamento, Ana achou que seria melhor buscar uma vaga no Instituto do Câncer, em São Paulo. Foi então que procurou a médica da UBS, sua conhecida, para pedir o encaminhamento, mas ela a orientou a fazer o tratamento e acompanhamento no Caism, mais perto de casa. “Fui acolhida pela equipe médica de uma maneira que não podia imaginar. Todos são pessoas especiais. Tenho certeza de que nem no convênio teria isso”, destacou.
Após avaliação do caso, a equipe do Caism a encaminhou ao Hospital Municipal Universitário (HMU), onde passou por cirurgias para retirada do nódulo maligno e reconstrução da mama. Hoje, Ana faz sessões de quimioterapia no Hospital Anchieta, além do acompanhamento pela equipe do Caism.
São 7 mil atendimentos por ano em câncer de mama – O atendimento direcionado exclusivamente às mulheres foi iniciado por três médicos no dia 17 de julho de 1990, em salas cedidas pela antiga Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Terezinha. O atual gestor da unidade, Rodolfo Strufaldi, era um desses médicos e recorda que, no começo, o espaço para os atendimentos era acanhado. “Porém, com o tempo a demanda foi crescendo e precisamos de mais espaço. Foi então que nos permitiram ocupar todo o prédio da UBS, que foi transferida para outro endereço”, lembrou.
Na unidade são oferecidas 16 especialidades médicas, como mastologia, uroginecologia, osteoporose, infertilidade, endometriose e pré-natal de alto risco, entre outras. “Contabilizamos cerca de sete mil atendimentos anuais de câncer de mama. Para dar conta dessa demanda, temos cinco mastologistas para acompanhar as pacientes. Também são realizadas mensalmente 80 cirurgias de baixa complexidade”, explicou o gestor.
Infertilidade – O Ambulatório de Infertilidade completa 15 anos de atividades neste ano. Único na região a oferecer o serviço na rede pública, faz atendimentos no Caism e encaminha os casos de alta complexidade à Faculdade de Medicina do ABC.
A médica de Reprodução Humana Vanessa Veiga Neves diz que o ambulatório presta os atendimentos iniciais a mulheres que tentam engravidar e não conseguem. “São considerados inférteis os casais que têm relações de duas a três vezes por semana durante um ano e, mesmo assim, a mulher não consegue engravidar”, explicou.
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