Educação e trabalho são as principais preocupações de haitianos que vivem em Santo André

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Da Redação – Informações sobre cursos profissionalizantes e inscrição para vaga de trabalho foram os principais serviços procurados pelos haitianos que compareceram à Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (Emeief) Professor João de Barros Pinto, em Utinga, para o cadastramento da Secretaria de Direitos Humanos e Cultura de Paz, em parceria com as secretarias de Educação, Saúde, Esporte e Lazer, Cultura e Turismo e de Trabalho, no último sábado (14). A ação cadastrou de 200 haitianos e foi encerrada com uma atividade cultural em homenagem à bandeira daquele país.

É a segunda vez que a Secretaria de Direitos Humanos realiza cadastramento da comunidade haitiana com o objetivo de desenvolver ações e integrar secretarias para a melhoria da qualidade de vida dos imigrantes instalados na cidade. O primeiro cadastramento  foi realizado em janeiro do ano passado e contou com a participação de 224 pessoas.  Este ano, novamente foi possível detectar os pontos onde é preciso pensar ações mais imediatas.

“ Não é fácil definir com precisão o número de haitianos na cidade. Muitos chegam e outros vão embora. Por isso calculamos que existam cerca de 700 haitianos. Mas os que compareceram ao cadastramento  são, na maioria, os que chegaram mais recentemente. Detectamos isso pelo perfil das pessoas que procuraram os serviços que oferecemos e também pelo pouco conhecimento da língua portuguesa”, afirmou a diretora de Humanidades, Maria Ferreira de Souza, a Loló. Por isso  cartazes e panfletos sobre a atividade foram escritos em Português e em Crioulo, a língua do Haiti.

Das 200 pessoas que preencheram cadastro com suas informações pessoais, para a realização do perfil, 161 também se cadastraram para concorrer a uma vaga de trabalho por meio do CPTR ( Centro Pública de Emprego, Trabalho e Renda) da Secretaria do Trabalho, e 39 tiraram Carteira de Trabalho na hora, graças a participação do Ministério do Trabalho, pela primeira vez, na atividade. Para aumentar as suas chances de ingressar no mercado de trabalho, os haitianos foram procurar também informações sobres cursos profissionalizantes.

Um total de 179 pessoas solicitou  dados sobre as opções disponíveis na cidade. As áreas mais procuradas foram construção civil, informática e alimentação, entre os cursos oferecidos pela Secretaria de Educação, e auxiliar de cozinha e camareira em meios de hospedagem, entre as opções do Pronatec ( Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), gerido pelo departamento de Turismo.

“Já estamos providenciando, a partir do final de julho,  cursos na área de construção civil na Emeief João de Barros, que é a mais próxima  da principal de comunidade de haitianos, que fica em Utinga. Lá, já acontecem cursos na área administrativa, mais indicados para quem já tem algum conhecimento do Português”, disse Loló. Segundo a diretora, outras alternativas estão em estudo para facilitar o acesso dos imigrantes à formação.

Nos anos de 2014 e 2015 , cerca de 320 haitianos participaram do curso de Língua Portuguesa e Cultura Brasileira,  promovido pela Secretaria de Direitos Humanos e Cultura de Paz, por meio do Departamento de Humanidades, em parceria com a Secretaria de Educação. Atualmente 145 estão em curso.

O levantamento apontou, no entanto,  que 90 haitianos, entre os 200 cadastradoss, não concluiu o ensino médio, e 16 abandonaram o ensino superior antes de concluir . Segundo os dados contabilizados, 52 possuiam o ensino médio completo, 13 apenas completaram o fundamental  e 14 terminaram o ensino superior. Além disso, a maioria foi de homens (127) e pessoas solteiras (124), com uma idade  média de  30 anos e sete meses. A pessoa mais nova que participou do cadastramento tinha 21 anos e o mais velho 57 anos.

“Além de trabalho e educação, vamos procurar realizar ações de prevenção a problemas de saúde. O acompanhamento periódico da saúde, com exames de sangue e de pressão, atualização de vacinas, não é um habito no Haiti” acrescentou Loló. Em Santo André, os primeiros haitianos chegaram em 2011, após terremoto assolar o país caribenho.

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