A violência no Brasil era coisa da periferia, das regiões mais pobres das favelas, lugares em que havia disputas acirradas entre traficantes pelo domínio do tráfico. Nos morros habitados pela população mais carente, quadrilhas rivais disputavam palmo a palmo o controle da comercialização de drogas, comércio, aliás, altamente lucrativo no Brasil.
As quadrilhas com poderosos chefes movimentavam quantias enormes de dinheiro com a venda de drogas o que lhes dava fôlego para compra de armas poderosas para enfrentar a polícia. Quando se falava em violência, em guerra, em disputas por território, pensava-se em coisa longe do poder legal, constituído, mas recentemente, nota-se que a violência está cada vez mais próxima, ou seja, está instituída no cerne, no coração do poder central do nosso país.
O Congresso já passou por momentos de grandes agressões, podemos lembrar-nos do episódio envolvendo o Senador Arnon de Mello e o Senador Silvestre Péricles numa briga no Senado, Arnon atira em Péricles, mas acerta o Senador José Kiriala que morreria pouco tempo depois; o Senador Nelson Carneiro também teve um desentendimento com o colega Souto Maior, também acertou o colega com um tiro, por sorte este não morreu. Há outro episódio, o dia em que o Deputado Simões Lopes atira em Sousa Lopes que morre na hora. Atualmente, estamos, se não houver bom senso, para assistir ainda episódios piores.
Esta semana o Senador Tarso Gereissati confessou ter medo de ser agredido fisicamente durante sessão no Senado. Parece que muitos deputados e senadores se esqueceram do país, que foram eleitos com o compromisso de respeitar a Constituição e estão lutando, apenas, pelas suas conveniências, pelos seus interesses. A violência só gera violência, os Congressistas no plano das ideias podem discutir à vontade, podem expor os seus pontos de vista, mas sem perder de vista os objetivos maiores, os que interessam realmente, que é o bem-estar da sociedade.
Se os deputados e senadores, nesta crise política, pensarem no país, seguindo a Constituição, o país sairá da crise mais forte recuperando a economia, fazendo as reformas necessárias para o país voltar a crescer e melhorar os seus índices econômicos e sociais. Caso contrário, o país estará prestes a mergulhar em uma crise profundíssima e a saída ficará cada vez mais difícil.
Não se pode retroceder, urge que os senadores e deputados pensem no país, debatam suas ideias, esqueçam suas vaidades e encontrem uma solução para a grave crise em que se encontra o país, antes que seja tarde.
Professor Osmar Junqueira Lins
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