Editorial: O homem e o poder!

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A frase que melhor ilustra a relação entre o homem e o poder é antiga, e conhecida há séculos: ‘quer conhecer um homem, dê-lhe o poder’.

Não sei se a frase é tão velha assim, mas o que me assusta é que ela é cada vez mais real, observo o dia a dia das pessoas, antes pessoas simples, cordiais, falando baixo, distribuindo sorrisos, afáveis, sempre em disponibilidade, dispostas a ajudar o próximo, mal conseguem um degrau acima, a mudança é instantânea, ou melhor, não houve mudança, apenas, a máscara caiu.

Fala-se tanto em terror, palavra de origem latina, usada para causar medo, domínio sobre as pessoas, por chefes, comandantes, governos para conseguirem amplos domínios sobre povos. No século dezoito (1793 – 1794), na França houve o Reino do Terror, milhares de pessoas morreram na guilhotina, era a política sistemática comandada por Maximilien Robespierre, cuja finalidade era causar medo, terror, horror, levar pessoas ao pânico, ao domínio, ao aniquilamento. E Robespierre acabou como tantos outros, perdendo a cabeça na guilhotina.

Esses homens surgem mansinhos, dominando pequenas comunidades, pequenos grupos e quando menos se espera, estão cheios de autoridade, ou nem é de autoridade, porém de autoritarismos, humilhando os mais fracos, fazendo assédios morais, porque sabem que o mais fraco depende de um salário, não pode competir com ele, esses bonzinhos autoritários vivem à espreita da oportunidade, sabem conduzir a massa, mas de posse do poder, tornam-se grandes tiranos.

A história mostra Antônio Salazar em Portugal, professor de economia, querido pelos alunos, assumiu o poder em Portugal, mudou a constituição e se tornou um ditador implacável.

Há outros exemplos de ditadores que antes do poder eram pessoas simples, aparentemente amigos do povo. Poderíamos citar Getúlio Vargas, Mussolini, Generalíssimo Franco e, atualmente, Recep Tayyip Erdogan, que assume o governo da Turquia com aparente democracia e, hoje, já é considerado um governo implacável com seus adversários, não respeitando a anistia internacional, aplicando aos adversários, ou melhor, inimigos, torturas, prisões e todo tipo de humilhação aos adversários.

O terror não é somente ‘homem bomba’ explodindo, matando inocentes, lobos solitários atirando em inocentes, o terror está entre nós, em muitas repartições públicas, em departamentos, em gabinetes com pessoas obcecadas pelo poder, usando qualquer meio, para atingir seus fins, pessoas egoístas que não se importam com o bem-estar do ser humano, o que elas querem é o poder e para isso não medem as consequências.

O poder corrompe. O dono do poder não admite o novo, aceita o novo, todavia, somente como um meio de se perpetuar no poder.

Aí, lembro-me do bom e velho Machado de Assis: “Ao cabo só restam velhas verdades caiadas de novo”.

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