Doença rara que afeta pessoas com mais de 50 anos tem sintomas que se confundem com sinais de envelhecimento

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Da Redação – No dia 1º de outubro é comemorado, no Brasil, o Dia do Idoso. Aproveitando a visibilidade da data, é essencial conscientizar a população sobre a importância de não negligenciar sintomas que podem indicar doenças graves, mas que frequentemente são confundidos com sinais comuns do envelhecimento. Tosse, falta de ar, cansaço e limitações ao realizar atividades diárias podem ser indícios de Fibrose Pulmonar Idiopática, ou FPI, doença que ocasiona a formação de cicatrizes (fibroses) permanentes no pulmão, resultando no declínio da função pulmonar.

A FPI apresenta sobrevida mediana menor que muitos tipos de cânceres[i], como de mama e próstata. “Quanto antes a doença for diagnosticada e o tratamento instituído, mais chances de aumentar a sobrevida com qualidade. A FPI pode levar ao óbito dentro de 2 a 3 anos do diagnóstico sem o tratamento adequado”, afirma o pneumologista e  professor da Universidade Federal de São Paulo (USP), Dr. Carlos Alberto de Castro Pereira. O especialista ressalta a importância do diagnóstico precoce da doença. “A FPI tem incidência maior em pessoas com mais de 50 anos, e, é nessa faixa de idade que as pessoas passam a confundir os sintomas, como tosse e falta de ar, com sinais de envelhecimento e outras doenças cardíacas e pulmonares.”

As pessoas que desenvolvem a Fibrose Pulmonar Idiopática apresentam um endurecimento progressivo dos dois pulmões. O aparelho respiratório vai aos poucos perdendo a elasticidade e a capacidade de expandir e oxigenar o corpo. Michele Lebani, com 79, anos começou a sentir os primeiros sinais da Fibrose Pulmonar Idiopática há 5 anos. “Após o agravamento dos primeiros sintomas procurei ajuda médica, mas passei por quatro médicos e só depois de três anos que o diagnóstico da FPI foi finalmente confirmado, nisso eu perdi 50% da função pulmonar. É difícil conviver com uma doença que não tem cura, mas hoje faço o tratamento adequado e sinto que a doença está estabilizada.”, disse ele.

Estima-se que a doença atinja de 14 a 43 em cada 100.000[ii] pessoas no mundo, e afeta mais homens que mulheres. Ainda não existem dados de prevalência no Brasil, mas considerando os padrões globais e comparando com a população brasileira, estima-se que a prevalência da doença no país seja de 13 a 18.000 casos[iii], mas esse número pode ser ainda maior, já que a taxa de diagnósticos é extremamente baixa. Por ser uma doença idiopática, ainda não se sabe quais são as suas causas, mas entre os fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da FPI estão o tabagismo, a exposição ambiental à diversos poluentes, refluxo gastroesofrágico, infecção viral crônica e fatores genéticos[iv].

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