Da Redação – O paulistano já se acostumou que, desde o ano passado, a Avenida Paulista, cartão postal e considerada coração da cidade, vira um grande parque aos domingos. Saem carros, ônibus e motos, ficam apenas as pessoas caminhando ou com suas bicicletas, patins e skates. Por ser uma experiência totalmente nova, poucas pessoas no Brasil todo sabem disso. Até mesmo os milhares de paulistanos ou visitantes da cidade que aproveitam a rua para lazer não fazem ideia de como esse espaço dominical foi conquistado.
Afinal, como a atuação popular, para além da administração municipal e da política em si, resultou no projeto? Como foi possível fechar o espaço para carros e abrir exclusivamente para as pessoas semanalmente? Estas são algumas problemáticas que o documentário “Paulista Aberta pelas pessoas”, o primeiro de Diego Monteiro, busca responder. Dividido em cinco partes publicadas semanalmente, às quintas-feiras, no canal Smarty, o primeiro episódio já está no ar.
Com o documentário, eu quero retratar uma questão maior, de como conseguimos fazer um negócio tão legal e o que isso nos ensina para replicarmos a experiência”, comenta Monteiro ao adiantar que sua intenção é lançar, de forma recorrente, documentários sobre temas atuais. “O que me chamou atenção é que, em um momento de grande acirramento político que o País vive, a população de São Paulo organizada conseguiu emplacar um projeto tão bacana que conquistou unanimidade e popularidade”, completa.
Para entender a receita de sucesso do projeto, que é defendido por Diego Monteiro como uma vitória das pessoas – e não exatamente da Prefeitura -, o documentário traz entrevistas com a opinião de três grupos: os ativistas e pessoas que circulam pela região aos domingos, músicos e artistas e lideranças políticas. Aliás, a trilha sonora do “Paulista Aberta pelas pessoas” é feita pelo grupo musical Banda Jolt, descoberto durante as gravações.
Como protagonistas do documentário estão líderes dos movimentos Minha Sampa e SampaPé, que durante um ano se mobilizaram pela concretização do projeto. Também participam dos episódios os vereadores Ricardo Young (Rede Sustentabilidade) Gilberto Natalini (PV), Nabil Bonduki (PT) e Mario Covas Neto (PSDB), para explicar suas atuações, pró ou contra, diante do projeto.
Do total de mais de 20 horas de gravação, o documentário foi dividido nos seguintes temas: apresentação do projeto Paulista Aberta, histórico, cidades inteligentes e engajamento político da população. “Meu grande objetivo é conseguir responder a tese de que as pessoas conseguem se mobilizar e, só a partir disso, é possível mudar os rumos da história de uma cidade sem depender necessariamente de políticos ou tê-los como ponto de partida”, pontua Monteiro ao defender a ideia de que nem sempre um político é o grande responsável por este tipo de mudança, uma vez que a mobilização popular também pode conseguir grandes mudanças. “Ainda que eu tenha conversado com vereadores, este não é um documentário político, mas sim sobre engajamento popular”, finaliza.
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