Documentário faz cronologia do HIV e da AIDS, e revela desinformação e preconceito

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Carta para Além dos Muros estreia no dia 26 de setembro

Semana de lançamento do filme vai contar com teste rápido e gratuito para HIV, sífilis e hepatite B em salas do circuito Itaú Cinemas (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Salvador)

Da Redação – A chegada da AIDS no Brasil, na década de 1980, é o ponto de partida do documentário Carta para Além dos Muros, que narra a trajetória da epidemia que escancarou ignorância e preconceitos. Dirigido por André Canto, o filme investiga o estigma e a discriminação como produtos de uma sociedade que insiste em manter marginalizadas as pessoas que vivem com HIV. Até hoje, passados mais de 30 anos, muitas ainda enfrentam situações de medo, insegurança e de exclusão. O longa estreia nos cinemas no dia 26 de setembro.

O documentário, o primeiro do gênero a refazer a cronologia do HIV e da AIDS no país, encabeça o projeto #PrecisamosFalarSobreIsso, que também conta com uma série documental para a TV e um livro-reportagem que relatará todo o processo de sua pesquisa e realização.

Imagens de arquivo e entrevistas com médicos, pessoas que vivem com HIV, ativistas e figuras públicas norteiam Carta para Além dos Muros. O longa investiga o processo que passa da atribuição estigmatizante de “grupos de risco” (homossexuais, hemofílicos, usuários de heroína, prostitutas e haitianos) à definição também imprecisa de “comportamentos de risco” (relações sexuais sem preservativos, compartilhamento de seringas, comportamento “promíscuo”), até o atual conceito de “populações vulneráveis”, que serve para designar, de forma mais precisa, respeitosa e humana, aquelas populações que, historicamente, encontram-se em situações de maior risco de exposição ao HIV por questões estruturais.

Depoimentos de 36 pessoas, como o da dermatologista Valéria Petri, que identificou o primeiro caso de Aids no Brasil, dos médicos Dráuzio Varella, Ricardo Tapajós e Rosana Del Bianco, dos ex-ministros da Saúde José Serra e José Gomes Temporão, e da mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, expõem os motivos pelos quais a impressionante evolução na resposta médica e científica ao HIV não veio acompanhada de uma mudança de mentalidade e de preconceitos em relação à infecção.

TESTAGEM GRATUITA DURANTE O PERÍODO DE LANÇAMENTO DO FILME NOS FOYERS DOS CINEMAS ITAÚ

Ações de conscientização acompanham a semana de lançamento de Carta para Além dos Muros. Uma delas, realizada em parceria com a empresa Hi Technologies, disponibiliza a testagem rápida para HIV, sífilis e hepatite B. Profissionais do sistema público de saúde e voluntários de ONGs especialistas no tema farão o acompanhamento, aconselhamento e acolhimento das pessoas que se interessarem na testagem ou desejarem mais informações.

O objetivo é mostrar que os testes para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) estão ao alcance de todas as pessoas e devem fazer parte da nossa rotina de saúde. O teste é feito por meio do HiLab, dispositivo que realiza exames de sangue a distância através da Internet. Após a coleta de algumas gotas de sangue do dedo, a amostra sanguínea é digitalizada e enviada para o laboratório central. Lá, o exame é analisado por uma equipe de biomédicos que assina digitalmente e envia o laudo para o celular via SMS ou e-mail. Todo o processo respeita as normas de sigilo determinadas pela legislação brasileira.

Sobre o diretor André Canto

Cartas para além dos muros é a primeira direção de André Canto, produtor executivo especializado em documentários, desenvolveu mais de vinte projetos dessa linguagem, acompanhando todos, do argumento ao corte final. Trabalhou com vários dos principais cineastas brasileiros entre eles: Di Moretti, Kátia Lund, Laís Bodanzky, Lina Chamie, Luiz Bolognesi e Ugo Giorgetti, em trabalhos documentais para cinema e TV.

Sobre a Canto Produções

Criada por André Canto em 2010, a Canto Produções traz consigo todo o repertório de seu fundador para a área de produções artísticas. Como produtor executivo atuou em empresas como Buriti Filmes e Canal Azul Produções, trabalhando com cineastas de referência como Di Moretti, Kátia Lund, Laís Bodanzky, Lina Chamie, Luiz Bolognesi e Ugo Giorgetti, em trabalhos para cinema e TV.

Em 2016, o Núcleo Criativo Canto Produções foi contemplado pelo Fundo Setorial do Audiovisual para o desenvolvimento do roteiro de 5 longas-metragens dos roteiristas Aleksei Abib, Cláudio Glaperin, Di Moretti, José Roberto Torero e Maria Camargo, sob a liderança do consultor Miguel Machalski. Além dos longas, a Canto também está desenvolvendo a série para TV “A História do Teatro Brasileiro”.

Sobre a distribuidora Descoloniza Filmes

Fundada em 2017 por Ibirá Machado, a Descoloniza Filmes nasceu com o propósito de equiparar a distribuição de filmes dirigidos por mulheres e que tragam novas propostas narrativas e temáticas, contribuindo com a construção de uma nova forma de pensar. Em 2018, a Descoloniza lançou o filme argentino “Minha Amiga do Parque”, de Ana Katz, vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Sundance, “Híbridos – Os Espíritos do Brasil”, de Priscilla Telmon e Vincent Moon, o chileno “Rei”, de Niles Attalah, vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Roterdã, e “Como Fotografei os Yanomami”, de Otavio Cury. Em 2019 codistribuiu junto à Vitrine Filmes a obra “Los Silencios”, de Beatriz Seigner, e levou aos cinemas “Amazônia – O Despertar da Florestania”, de Christiane Torloni e Miguel Przewodowski.

Serviço – CARTA PARA ALÉM DOS MUROS – Brasil, 2019, 85 min, 12 anos.

Sinopse: Carta para Além dos Muros reconstrói a trajetória do HIV e da AIDS, com foco no Brasil, por meio de entrevistas com médicos, ativistas, pacientes e outros atores, além de farto material de arquivo. Do pavor inicial às campanhas de conscientização, passando pelo estigma imposto às pessoas vivendo com HIV, o documentário mostra como a sociedade encarou essa epidemia em sua fase mortífera ao longo de mais de duas décadas. Com base nessa abordagem histórica, o filme trata do modo como o HIV é encarado na sociedade atual, revelando um quadro de desinformação e preconceitos persistentes, que atingem sobretudo as populações historicamente mais vulneráveis ao vírus.

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