* Wilson Moço – Palco pela primeira vez de uma paralimpíada, a cidade do Rio de Janeiro será questionada, com o início do evento, se está realmente preparada para atender aos atletas e aos turistas com algum tipo de deficiência física. Durante 11 dias de competição, serão disputados 23 esportes paralímpicos e realizadas 528 provas que valerão medalhas. Segundo a Rio 2016, mais de quatro mil atletas irão competir na primeira edição dos jogos paralímpicos da América do Sul.
Segundo o professor de Direito da Faculdade Mackenzie Rio, Antônio Renato Cunha, a grande dificuldade dos atletas com deficiência será encontrar uma cidade com 100% de acessibilidade. “Desde que foi aprovada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n º 13.146), em julho do ano passado, alguma coisa avançou. Ela é destinada a assegurar e a promover o exercício dos direitos para a pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. O que vimos é que os lugares com grande movimento como os pontos turísticos contam com um espaço adaptado para acessibilidade. Mas a grande maioria das instalações fora do eixo turístico ainda não oferece possibilidades de acesso aos deficientes físicos. Por exemplo, nem todas as estações de metrô e de trem possui elevador”, avalia.
De acordo com ele, a aplicação da lei não se restringe apenas a questão da acessibilidade que diz respeito à possibilidade de alcance para utilização de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo.
“A lei é bem ampla e abrange questões como a implantação de tecnologia assistida, redução de barreiras que limite ou impeça a participação da pessoa com deficiência, passando pela comunicação como forma de interação dos cidadãos como o uso de linguagens de libras e braille, até a utilização de mobiliário urbano e instalações que serão oferecidas aos atletas”, explica.
Frase:
Ganhar uma medalha paralímpica no seu país é uma sensação incrível. Estou muito feliz!
Odair Santos, atleta brasileiro, ao ganhar a primeira medalha brasileira nas Paralimpíadas Rio 2016, prata, ao chegar em segundo lugar nos 5 mil m na classe T11, para deficientes visuais totais
JOGO RÁPIDO
JUSTA SUSPENSÃO
- O nadador americano Ryan Lochte foi suspenso nesta quinta-feira por dez meses de qualquer competição pelo Comitê Olímpico (USOC) e a Federação de Natação de seu país pelo escândalo de falso testemunho que fez à polícia brasileira sobre um suposto roubo durante os Jogos do Rio. A suspensão, que terminará em 30 de junho de 2017, impedirá Lochte, de 32 anos, de competir no Campeonato de Natação dos Estados Unidos e no Campeonato Mundial em Budapeste, previstos para o próximo ano. Em função dessa punição, “Lochte não terá acesso às infraestruturas do comitê olímpico americano ou subvenções do USOC”, afirma o comunicado.
MAIS UMA DE BRONZE
- O primeiro dia da natação brasileira nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 não ficou marcado apenas pelo ouro do multimedalhista Daniel Dias. Aos 20 anos, Ítalo Pereira também subiu ao pódio do Estádio Aquático: terminou em terceiro lugar na final dos 100m costas, categoria S7. Italo completou a prova em 1m12s48. O ouro ficou com o ucraniano Ievgenii Bogodaiko (1m10s55), e a prata foi para o britânico Jonathan Fox (1m10s78). Terceiro colocado nesta prova no Mundial de Glasgow 2015, o nadador de Porto Nacional (TO) bateu em terceiro em sua estreia nos Jogos do Rio, sua segunda Paralimpíada.
VISITA DOURADA
- O técnico Bernardinho, da seleção brasileira de vôlei masculino e que faturou a medalha de ouro na Rio 2106, fez uma visita-surpresa para a seleção masculina de vôlei sentado. Os atletas do vôlei sentado ficaram entusiasmados com a presença do treinador e pararam o treino para aplaudir Bernardinho. O treinador veio a pedido do técnico Fernando Guimarães para motivar o elenco. O Brasil estreia na Paralimpíada nesta sexta-feira, às 10h (horário de Brasília), contra os Estados Unidos, no Pavilhão 6 do Riocentro.
ELIMINADO
- O brasileiro Alan Fonteles, medalha de ouro nos 200m em Londres, ficou fora da final dos 100m T44. Ele ficou com nono tempo nas semifinais e não conseguiu classificação. Em sua bateria, Fonteles ficou com o quarto tempo. Os três primeiros das duas provas garantiam vaga na decisão. As vagas restantes ficavam para os dois melhores tempos seguintes. Alan Fonteles ficou com o tempo de 11s26, a mesma marca de Nick Rogers, quinto colocado da primeira bateria. Mas, ele perdeu no desempate, na terceira casa decimal. Há quatro anos, Fonteles ficou famoso após ganhar o ouro na prova dos 200 m deixando para trás o sul-africano Oscar Pistorius.
UM PASSEIO TUPINIQUIM NAS HERMANAS
- O basquete masculino do Brasil, eliminado da fase final das Olimpíadas pela Argentina, está vingado. Nas Paralimpíadas, na mesma Arena Carioca 1, as brasileiras sapecaram as hermanas: 85 a 19 (40 a 8) e vão em busca do pódio inédito nos Jogos Paralímpicos. “Sem dúvida, a união do nosso grupo e desta torcida maravilhosa fez com tivéssemos essa energia dentro de quadra. Sabemos que temos muitas barreiras pela frente, foi só o começo, mas estamos preparadas”, comemorou Vileide, a Vivi, que foi o destaque com 31 pontos, sete rebotes e seis roubadas de bola. O Brasil fecha a primeira rodada como o líder do grupo A, com dois pontos, assim como o Canadá. Grã-Bretanha e Argentina têm um. A Alemanha, adversária das brasileiras nesta sexta-feira, às 15h15m, na Arena Olímpica do Rio, ainda não estreou. O jogo promete ser osso duro de roer, já que as europeias são as atuais campeãs olímpicas.
UM PASSEIO DO DREAM TEAM OLÍMPICO
- O Brasil sofreu na estreia do torneio masculino de basquete em cadeira de rodas da Paralimpíada do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, os anfitriões foram atropelados pelos Estados Unidos na Arena Olímpica. Os vice-campeões mundiais venceram por 75 a 38. Brian Bell e Joshua Turek lideraram a vitória americana, com 15 pontos cada. Marcos Cândido foi cestinha brasileiro com 12 pontos. O Brasil ainda tem mais quatro partidas para tentar avançar às quartas de final. Grã-Bretanha, Argélia, Alemanha e Irã são os próximos adversários. Nesta sexta, às 21h, o duelo é com os africanos, novamente na Arena Olímpica.
* Wilson Moço é jornalista, com passagens pelos jornais Diário do Grande ABC nas funções de repórter e editor-assistente de Esportes, de Política e de Setecidades, além de redator da Primeira Página; Gazeta Esportiva, como chefe de reportagem e editor-assistente; Bom Dia ABCD, como editor; ABC Repórter, como editor; e Revista Livre Mercado, como editor-executivo, além de atuar na Secretaria de Comunicação das Prefeituras de Santo André e São Bernardo. Contatos com o autor e colunista pelo e-mail wilsonmoco53@gmail.com
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