* Leo Cesar Melo – Diferentemente do que se imagina, considerar a conservação ambiental como uma perda para a economia brasileira é um pensamento obsoleto. A fim de refletir sobre essa imagem errônea, há algumas causas e consequências relacionando meio ambiente e economia que podem ser revertidas com boas iniciativas. No entanto, é preciso ter consciência da necessidade de promover essa mudança de paradigma.
Um dos mais graves problemas é a incapacidade de administrar resíduos que, se feito de maneira incorreta, causam poluição do solo e das águas. O gerenciamento de resíduos com base na Economia Circular possibilita o reaproveitamento de materiais que seriam descartados, gerando economia ou até mesmo um novo ativo a ser comercializado.
Outro exemplo, mais ligado a uma realidade brasileira: a redução de áreas preservadas do Cerrado afeta na regularidade das chuvas, o que traz como consequência uma crise hídrica. Dessa forma, a produção de energia hidrelétrica, uma das mais utilizadas no Brasil, cai e os preços aumentam. Se a energia está mais cara, acontece um efeito dominó em todos os preços, impactando na inflação e diminuindo a movimentação da economia.
E não é apenas no mercado interno que negligenciar o meio ambiente causa problemas. A despreocupação ambiental também afeta a negociação entre o Brasil e outros países, pois muitos condicionam a compra de insumos brasileiros ao cumprimento de compromissos ambientais. O enfraquecimento dessas políticas pode acarretar redução das exportações, uma consequência amarga para o PIB.
Estes são apenas alguns exemplos da importância de conciliar os interesses econômicos aos ambientais, de maneira a preservar e enfrentar a crise ambiental e a econômica. Contudo, muitos outros setores também são afetados e causam avassalador impacto na economia.
* Leo Cesar Melo é CEO da Allonda, empresa de engenharia com atuação em soluções sustentáveis
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