Da Redação – O índice de desemprego no ABC registrou relativa estabilidade em julho, pelo segundo mês seguido, passando de 16,9% para 16,8%. Na análise por setores, a Indústria de Transformação foi o destaque, com geração de 10 mil postos de trabalho. Os números constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, divulgada nesta quarta-feira (31) na sede da entidade regional.
O total de desempregados nas sete cidades em julho foi estimado em 240 mil pessoas, 3 mil a menos em relação ao mês anterior. O resultado foi influenciado pela redução de 0,6% da População Economicamente Ativa (PEA), com 9 mil pessoas deixando a força de trabalho da região, ante uma queda de 0,5% do nível de ocupação (eliminação de 6 mil postos de trabalho). “Apesar de pequena, essa redução do número de desempregados no ABC é uma notícia positiva, mesmo com a diminuição dos ocupados. Ainda assim, ainda é um pouco precipitado falarmos em recuperação”, afirmou César Andaku, economista do Dieese.
No ABC, o total de ocupados diminuiu 0,5% em julho, passando a ser estimado em 1.191 mil pessoas. Na análise setorial, o setor de Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas teve recuo de 5,0%, ou eliminação de 10 mil postos de trabalho, e o de Serviços registrou queda de 0,3%, ou eliminação de 2 mil postos. No sentido inverso, a Indústria de Transformação cresceu 3,9%, com geração de 10 mil postos de trabalho, com destaque para a alta de 5,1% do segmento de metal-mecânica, com 7 mil novos postos.
“No caso da Indústria, estamos mais ou menos no mesmo patamar do segundo semestre do ano passado. Como é um nível muito baixo, é melhor esperarmos mais um ou dois meses para verificar a continuidade deste movimento. Em relação ao Comércio, o terceiro mês de queda indica um movimento mais consistente”, disse Andaku.
Em julho, o número de assalariados cresceu 1,2%. No setor privado, aumentou o contingente de empregados com carteira de trabalho assinada (1,7%) e diminuiu o daqueles sem carteira (-2,1%). No setor público, o número de assalariados cresceu em 1,9%. No mês em análise, recuou o contingente de autônomos (-4,7%), refletindo a retração para os que trabalham para o público (-12,9%) e o aumento para os que trabalham para empresa (9,3%).
Entre maio e junho de 2016, aumentaram os rendimentos médios reais de ocupados (2,9%) e assalariados (0,8%), que passaram a equivaler a R$ 2.181 e R$ 2.249, respectivamente. Também cresceram as massas de rendimentos de ocupados (4,2%) e assalariados (2,6%), em ambos os casos, em decorrência de aumentos do rendimento médio real e do nível de ocupação.
Comportamento em 12 meses – O índice de desemprego total no ABC em julho deste ano (16,8%) superou o registrado no mesmo mês de 2015 (12,7%). “A taxa é a mais alta desde julho de 2005, quando atingiu 17,1%”, afirmou o economista do Dieese.
Na comparação anual, o contingente de desempregados aumentou em 63 mil pessoas, como resultado da retração de 1,8% do nível de ocupação (eliminação de 22 mil postos de trabalho) e do crescimento de 2,9% da População Economicamente Ativa (PEA), com 41 mil pessoas passando a fazer parte da força de trabalho da região.
Entre julho de 2015 e de 2016, o nível de ocupação diminuiu 1,8%. Sob a ótica setorial, tal resultado decorreu das retrações de 5,4% no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (eliminação de 11 mil postos de trabalho) e de 2,2% na Indústria de Transformação (6 mil vagas a menos). No lado positivo, destaque para a alta de 1,4% da metal-mecânica, com geração de 2 mil vagas, e para o crescimento de 1,2% nos Serviços (8 mil novos postos de trabalho). “Ainda não podemos falar em retomada da metal-mecânica, devido às notícias de demissões em montadoras da região”, disse Andaku.
O nível de assalariamento cresceu 0,6% nos últimos 12 meses. No setor privado, o contingente de assalariados com carteira de trabalho assinada diminuiu 1,2%, enquanto o daqueles sem carteira aumentou 17,3%. O emprego no setor público decresceu 0,9%. No período em análise, o número de autônomos retraiu 7,6%.
Entre junho de 2015 e de 2016, caíram os rendimentos médios reais de ocupados (-3,7%) e assalariados (-2,2%). Também diminuíram as massas de rendimentos reais dos ocupados (-4,6%) e, em menor medida, dos assalariados (-0,7%). Esse resultado ocorreu, no caso dos ocupados, devido às reduções do rendimento médio e do nível de ocupação e, entre os assalariados, ao decréscimo do salário médio real, uma vez que aumentou o nível de emprego.
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