Da Redação – A taxa de desemprego no ABC registrou recuo pelo terceiro mês consecutivo, passando de 16,0% em setembro para 15,5% em outubro, estimulada pelo aumento da ocupação nas sete cidades. Os números são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, divulgada nesta quarta-feira (30), na sede da entidade regional.
O desempenho positivo no mês passado foi motivado pelo crescimento de 1,9% do nível de ocupação, com geração de 23 mil postos de trabalho, superando o aumento da População Economicamente Ativa (PEA), que teve alta de 1,3%, graças ao ingresso de 19 mil pessoas na força de trabalho da região.
Com o recuo da taxa, o desemprego no ABC registra uma tendência de queda desde maio, quando atingiu 17,1%, ressaltou César Andaku, economista do Dieese. “O resultado em outubro foi positivo, principalmente por ter ocorrido graças a uma alta no nível de ocupação, que se aproximou do patamar no mesmo período do ano passado. Em meses anteriores, a redução da PEA tinha sido o fator determinante”, afirmou, durante a apresentação da pesquisa.
O total de desempregados foi estimado em 222 mil pessoas, uma redução de 4 mil ante o mês anterior. Na análise por setores, o Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas registrou expansão de 7,4%, com geração de 15 mil postos de trabalho, e os Serviços avançou 2,1%, com 14 mil novas vagas. Por outro lado, a Indústria de Transformação recuou 4,3%, devido à eliminação de 11 mil postos de trabalho, com destaque para a queda de 7,4% do segmento de metal-mecânica, que perdeu 9 mil vagas.
“A indústria metal-mecânica tem apresentado uma queda substancial desde julho na região, com perda de cerca de 30 mil vagas em quatro meses. A dúvida é se o segmento poderia voltar aos níveis anteriores quando a crise passar. Nesse momento, isso parece improvável”, disse Andaku.
Em outubro, o número de assalariados aumentou 0,6%. No setor privado, o contingente de empregados com carteira de trabalho assinada ficou próximo da estabilidade, com variação positiva de 0,2%, e o dos sem carteira recuou 1,1%. No setor público, o número de assalariados aumentou em 4,9%. O total de autônomos avançou 6,5% – com alta tanto dos que trabalham para o público (6,4%) como daqueles que trabalham para empresa (8,1%).
Entre agosto e setembro de 2016, os rendimentos médios reais dos ocupados caíram 4,0%, para R$ 2.053, e os dos assalariados tiveram queda de 2,1%, para R$ 2.134, retornando ao patamar registrado nos primeiros meses deste ano, apontou o economista do Dieese. Também diminuíram as massas de rendimentos dos ocupados (-5,1%) e dos assalariados (-4,6%), em ambos os casos, como decorrência da retração dos rendimentos médios reais e, em menor proporção, do nível de ocupação.
Comportamento em 12 meses – A taxa de desemprego total no ABC (15,5%) em outubro deste ano ficou acima da observada no mesmo mês de 2015 (12,5%). O percentual foi o maior para o período desde outubro de 2004 (17,5%), acrescentou o economista do Dieese.
No mesmo intervalo, o contingente de desempregados aumentou em 49 mil pessoas, como resultado da relativa estabilidade do nível de ocupação (eliminação de 3 mil postos de trabalho, ou leve recuo de 0,2%) e da expansão de 3,3% da População Economicamente Ativa (PEA), com 46 mil pessoas ingressando na força de trabalho da região, ou 3,3%).
Entre outubro de 2015 e de 2016, o nível de ocupação recuou 0,2%, mantendo-se relativamente estável. Sob a ótica setorial, o resultado foi afetado pelas quedas na Indústria de Transformação (-5,4%, ou eliminação de 14 mil postos de trabalho) – com destaque para a retração da metal-mecânica (-16,9%, ou -23 mil) – e, em menor proporção, no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-0,5%, ou -1 mil). Do lado positivo, houve aumento da ocupação nos Serviços (1,5%, ou geração de 10 mil postos de trabalho).
O nível de assalariamento recuou 0,6% nos últimos 12 meses. No setor privado, o contingente de assalariados sem carteira de trabalho assinada diminuiu 3,3%, enquanto o daqueles com carteira avançou 0,6%. O emprego no setor público recuou 7,5%. No período em análise, aumentou o número de empregados domésticos (2,8%), não variou o de autônomos – com redução dos que trabalham para o público (-4,9%) e crescimento dos que trabalham para empresa (8,1%).
Entre setembro de 2015 e de 2016, caíram os rendimentos médios reais de ocupados (-5,8%) e assalariados (-6,3%). Também diminuíram as massas de rendimentos reais dos ocupados (-8,5%) e dos assalariados (-9,8%), em ambos os casos, devido à redução do rendimento médio real e, em menor medida, do nível de ocupação.
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