Deputada questiona truculência de PM em escola de Barueri

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Parlamentar também quer explicações sobre o fechamento da unidade

Da Redação – A deputada estadual Márcia Lia protocolou nesta terça-feira (17) requerimento de informação destinado ao Governo do Estado questionando a conduta da Polícia Militar em abordagem na Escola Estadual Lênio de Morais, na cidade de Barueri, na segunda-feira (16).

Um grupo de 20 alunos protestava pacificamente contra a possibilidade de fechamento da unidade e uma professora foi tratada com violência ao defender os estudantes, todos menores de 18 anos. Em outro documento, a parlamentar pede explicações à Secretaria de Educação para a ameaça do fim do Ensino Médio no local.

“O que vimos nos vídeos deste caso e os relatos que ouvimos tanto dos alunos quanto da professora Angela Soares não são condutas admissíveis do Estado diante de uma manifestação pacífica de jovens estudantes e de uma docente em defesa de um grupo de adolescentes. Ainda estamos na ressonância das mortes em Paraisópolis e queremos explicações sobre a conduta truculenta da Polícia”, fala a deputada Márcia Lia.

No requerimento direcionado ao secretário de Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos, a deputada pergunta quais as orientações da Polícia Militar para fazer uma abordagem como esta e quem coordenou a operação em Barueri; por que não havia policiais femininas e se as abordagens a mulheres estão sendo feitas de forma corriqueira por policiais do sexo masculino; quem é o policial que ofendeu a professora Angela Soares, a qual Batalhão ele pertence e quais providências serão tomadas para punir o excesso cometido por ele. “Uma professora não pode ser tratada desta forma e temos que repudiar a atitude agressiva desse policial militar. O Estado precisa se explicar e puni-lo”, cobra a parlamentar.

No requerimento destinado ao secretário de Educação, Rossieli Soares da Silva, a deputada Márcia Lia pergunta qual o risco real de fechamento do Ensino Médio na Escola Estadual Lênio de Moraes; caso isso aconteça, qual a estratégia da Secretaria para não prejudicar o estudo dos mais de 300 estudantes das seis turmas de ensino regular e das seis turmas de educação de jovens e adultos; e se o secretário de Educação sabia que a Polícia Militar havia cercado o prédio ocupado por estudantes, na segunda-feira, com ameaças de arrombar os portões e entrar à força.

“Queremos explicações de todos os envolvidos neste caso. Não é caso de polícia, absolutamente. O Governo do Estado não pode atender a um protesto pacífico de adolescentes como se fosse um crime”, reforça a deputada.

ENTENDA O CASO

Na segunda-feira, um grupo de 20 estudantes ocupou a EE Lênio de Morais, em Baureri, em protesto pacífico contra a possibilidade de fechamento do Ensino Médio da unidade em 2020. A escola funciona em gestão compartilhada pelo Governo do Estado e a Prefeitura de Barueri e a ideia até então era ceder todo o prédio ao município para ampliar o Ensino Fundamental. Cerca de 300 alunos seriam prejudicados pela medida.

Ao saber da ocupação, professores, pais e amigos foram até a instituição. A Polícia Militar e a Guarda Civil também foram chamadas e cercaram o prédio no fim da noite. Segundo relatos dos alunos e vídeos que circulam pela internet, os policiais ameaçaram arrombar a porta e invadir a escola para tirar os alunos de lá na força.

A professora Ângela Soares estava na porta, orientando os estudantes e, quando percebeu um policial abrindo o portão para entrar, se dirigiu a ele alegando que os alunos eram menores de 18 anos e não poderiam ser abordados sem a presença dos pais ou responsáveis. De forma truculenta, o policial gritou para que ela se calasse, apontando o dedo para seu rosto, em ameaça de agressão física. Ele ainda exige respeito e ameaça prendê-la por desacato. Os vídeos mostram ainda outros policiais tirando sarro da professora e ameaçando processá-la.

A ação policial só ficou amena quando as equipes de televisão começaram a filmar. Em entrevista à imprensa, a professora disse que sentiu medo e teve certeza de que levaria um soco do policial. Os alunos deixaram o prédio na terça-feira pela manhã (17).

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