Da Redação – A denúncia da Procuradoria da República oferecida à Justiça contra o ex-presidente Lula contradiz declarações feitas por um dos principais delatores da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em um dos trechos da denúncia apresentada por Deltan Dellagnol, do Ministério Público Federal do Paraná, Lula é apontado como o “responsável pela nomeação e manutenção” de Costa na empresa, além de solicitar e receber vantagens indevidas, tanto para si, quanto para o PP, em troca de apoio político.
Paulo Roberto Costa negou ter conversado com Lula sobre o esquema em depoimento dado à CPI da Petrobras em 5 de maio de 2015: “Eu nunca conversei nem com a presidente atual, nem com o [ex] presidente Lula sobre esse tema. Eu nunca conversei”, disse Costa, ao ser perguntado na época pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA). Costa não acusou o ex-presidente de receber propina e declarou que não tem conhecimento de quando o esquema de arrecadação foi montado, “eu entrei em maio de 2004, […] e esse processo já existia quando eu cheguei lá”, afirmou quando perguntado se o esquema de corrupção foi montado por Lula.
O ex-presidente foi acusado pelo MPF-PR de corrupção e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui uma delação do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que diz ter ouvido de Lula que Costa falava com o ex-presidente sobre o esquema de arrecadação para o PP, versão em conflito com o depoimento do ex-diretor da Petrobras. A defesa de Lula nega as acusações. Já os procuradores, consultados pela Folha, “não estão atendendo a imprensa nesta semana”, informou a assessoria de imprensa da Procuradoria da República em Curitiba (PR).
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