Coronavírus e o momento atual

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* Ana Beatriz Cintra – O mundo está se reinventando, redescobrindo coisas deixadas para trás. Coisas deixadas não por serem ultrapassadas, sem sentido ou desagradáveis. Não! Elas simplesmente foram esquecidas.

O isolamento social colabora para que coisas boas se façam presentes novamente. Ele está nos tornando mais humanos, menos agitados e com mais tempo para exercermos nossa humanidade.

Como já frequentemente digo, não é o mais rico, o mais bonito ou o mais inteligente que sobrevive. Permanece vivo aquele que melhor se adapta às mudanças. Reafirmando isso, quais são os pontos, a meu ver, que favorecem a essa adaptação?

Aceite – aceitação não é estagnação ou conformismo. Não é ausência de movimento. Aceitar é o que favorece o movimento. E está relacionado com uma decisão interna. Sem a aceitação, não é possível dar o próximo passo. Não conseguimos a mudança necessária.

O pensamento deve ser: “O que posso fazer para mudar isso, melhorar o ambiente físico e mental, individual ou coletivo?” É não negar! Não ir contra! Aceitar é buscar ações para mudança. Respondida a questão, vislumbre outras possibilidades, saia da estagnação, trace caminhos. Vá para a ação!

Tranquilizar-se – tudo passa; sempre passa! Essa certeza diminui a ansiedade. Mais cedo ou mais tarde o mal acaba. A vida ocorre em ciclos que se alternam entre os polos positivos e negativos (dia/noite – calor/frio – bem/mal – alegria/tristeza, conquistas/perdas etc.). A periodicidade e o ritmo podem variar, mas essa dança entre os polos é eterna e infindável! É a vida acontecendo!

Viva o Agora – Não faça previsões sem evidências. Informe-se em fontes confiáveis.  Esteja presente no aqui e agora. O amanhã nunca será se no agora não “trabalhar”. Principalmente na atual circunstância, a pandemia do COVID-19. Hoje posso, consigo e quero fazer isso! Domine a sua mente para produzir, realizar e executar o que é necessário. Amanhã é outro dia. Amanhã penso, analiso e escolho novamente.

Limite o consumo de notícias – Ler, assistir e ouvir o dia todo notícias sobre o aumento de casos, números de vítimas fatais, as consequências negativas, as restrições e as perdas só trarão angústia, medo e pânico. O aumento da tensão causa ansiedade. Ela pode, pelo estresse, levar à depressão e ao desespero. Perceber-se e reconhecer-se ansioso ou paranoico ajuda no controle. Saber como se cuidar e prevenir a contaminação pode ser o suficiente.

Olho tudo o que está acontecendo como o copo meio cheio. Vejo beleza e ordem no meio do caos sem ser alienada ou irrealista.

Diferentemente de outras crises econômicas as quais o mundo passou e, apesar dessa pandemia afetar fortemente a economia, afeta ainda mais a saúde, não só a física, mas a emocional de todos. Infectados ou não. Talvez, exatamente por isso, pelo medo iminente da morte, dada a alta velocidade de contágio, o mundo parou. Literalmente o MUNDO PAROU!

A sociedade mundial criou uma rede de solidariedade. Grandes empresários estão disponibilizando doações milionárias para estudos que levem à descoberta da cura ou de vacinas. Existem frentes para a distribuição de alimentos e álcool em gel às comunidades carentes. Os profissionais da área da saúde, mesmo sabendo dos riscos, realizam trabalhos voluntários. Vizinhos que antes nem bom dia davam um ao outro, ajudando-se. As ONGs colaborando com a doação de aparelhos respiratórios para outros países. Escolas e universidades disponibilizando conteúdo e cursos gratuitos. Empresas de tecnologia oferecem gratuitamente serviços. São inúmeros os exemplos lindos de altruísmo e solidariedade.

Apesar do isolamento social imposto, os laços estão sendo estreitados, mesmo que sejam virtualmente. As pessoas estão com mais tempo para a convivência, sentar e olhar seus irmãos, filhos, cônjuges e pais antes esquecidos. Muitos voltaram a meditar, a rezar e a orar. Reconectaram-se com algo maior e a natureza pode enfim respirar.

Isso tudo não é lindo, maravilhoso? Será que sem o COVID-19 isso seria possível em curto espaço de tempo?

Desejo imensamente que logo possamos voltar à nossa rotina, mas que jamais percamos essas conquistas.

* Ana Beatriz Cintra é psicoterapeuta com Experiência no Tratamento de Depressão, Ansiedade, Síndrome do Pânico e Emagrecimento. Também faz acompanhamento de pacientes Pré e Pós-cirurgia Bariátrica

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