Da Redação – O Consórcio Intermunicipal Grande ABC e a Fundação do ABC (FUABC) deram início às tratativas para um termo de cooperação técnica que prevê o acompanhamento especializado de gestantes com suspeita de zika vírus nos ambulatórios de alto risco da instituição.
A presidente da FUABC, Cida Damaia, informou que a parceria inclui uma pesquisa sobre arbovírus, transmitidos aos humanos por meio de insetos, com destaque para dengue, zika e chikungunya. “A região das sete cidades contará com o desenvolvimento de uma plataforma diagnóstica e de um sistema de vigilância contra esse tipo de vírus”, explicou.
A iniciativa já aprovada terá financiamento pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e será desenvolvida junto ao Instituto Adolfo Lutz, ligado ao governo de São Paulo. Com a parceria, os municípios participarão com a coleta de material e amostras de sangue. Cida Damaia afirmou que a instituição pretende também facilitar a interlocução para o acesso a equipamentos de saúde da rede estadual. “O objetivo é minimizar os gargalos históricos de assistência à população”, disse.
O coordenador do Grupo de Trabalho Saúde do Consórcio e secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, destacou a importância da participação do ABC na pesquisa nacional com foco nos arbovírus, em especial as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, “O objetivo é identificar o comportamento da disseminação desses vírus na região. Essa frente de trabalho, de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia é importante para o Grande ABC”, ressaltou.
A parceria com o Consórcio vai permitir ampliar para as sete cidades a atuação do ambulatório de doenças raras, que vinha sendo desenvolvido pela FUABC e pela Prefeitura de Santo André. O Consórcio e a Fundação também estudarão a realização de cursos de capacitação da Fundação para os servidores dos municípios, no campo da Saúde: “Temos uma série de cursos de graduação e pós-graduação que podemos oferecer, por meio de subsídios dentro desse compromisso, atendendo às necessidades dos municípios”, declarou a presidente da FUABC. A proposta inclui, ainda, a possibilidade de participação dos municípios dentro de um processo de credenciamento da Fundação para o exame de polissonografia, que estuda as doenças do ronco. As sete cidades irão discutir com a instituição fluxo, encaminhamento de pessoas, cirurgias e cota para cada município.
Segundo Homero Duarte, a FUABC será convidada a acompanhar as atividades do GT Saúde da entidade regional, dando apoio aos trabalhos desenvolvidos. “A Fundação vai se aproximar ainda mais das ações regionais. Para um primeiro encontro, em que houve a apresentação da carta de intenções, já tivemos algo bem consistente”, disse o coordenador do GT.
O presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, ressaltou a importância de a FUABC reforçar a atuação na região. “Quero aplaudir essa aproximação, pois a Fundação tem um papel estratégico e precisa estar presente nos sete municípios. Espero que essa atuação estimule outras regiões a fazer iniciativas semelhantes”, afirmou.
ABC contra o Aedes – O coordenador do GT Saúde fez um balanço sobre os preparativos no novo ato “ABC contra o Aedes”, marcado para 12 de março, a partir das 9h. A mobilização vai ocorrer no Jardim Zaíra, em Mauá, na região de divisa com Santo André e São Paulo. “Os municípios tem se mobilizado cada vez mais no processo de promoção e divulgação dos eventos. Desta vez, contamos com o reforço das equipes da Prefeitura de São Paulo”, disse Homero Duarte.
A iniciativa terá ainda o apoio de agentes de Saúde da região do ABC, parceiros da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Segurança Urbana, União dos Escoteiros/SP e lideranças comunitárias. A segunda atividade regional de 2016, que compõe a Campanha Regional de Combate ao Mosquito da Dengue, terá sua concentração no cruzamento da Avenida Sebastião Antonio da Silva com a Avenida Presidente Castelo Branco, nas proximidades da feira-livre que ocorre aos sábados no Jardim Zaíra.
Homero Duarte afirmou ainda que a retomada da confirmação dos casos de dengue por meio do Instituto Adolfo Lutz, permitirá às equipes de saúde dos municípios traçar uma estratégia para combater os focos do mosquito Aedes aegypt. De 903 casos represados desde o início do ano até a sexta semana epidemiológica, 599 testes já foram feitos, sendo que 116 deles deram positivo para a doença, o que significa uma taxa de aproximadamente 20% de confirmação na incidência. O instituto prevê concluir os 404 restantes nesta semana. “A partir de agora, que tivemos o primeiro lote de exames confirmados, poderemos atuar nos locais de maior ocorrência”, disse o coordenador do GT.
Os esforços das sete cidades têm provocado resultados positivos, avaliou o presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. “Nos últimos anos, a região tem se comportado bem nesse processo. Esperamos que o aumento da conscientização facilite o trabalho nos próximos anos”, disse.
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