Da Redação – O trabalho conjunto das equipes de Saúde Bucal e da Vigilância Ambiental de São Bernardo no controle da quantidade de flúor na água que abastece a cidade vem ajudando no combate às cáries. Pesquisa realizada pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), realizada em 26 escolas de educação infantil e creches do município, mostra que crianças com até 5 anos de idade apresentam, em média, menos cáries do que o índice registrado no Brasil.
Em São Bernardo, 64,2% das crianças com até 5 anos não apresentam nenhuma cárie, enquanto o porcentual do Brasil é de 46,6%. A situação da cidade do ABC supera, inclusive, a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza 50% de crianças sem cárie nessa faixa etária.
Em São Bernardo, o sistema de fluoretação da água é realizado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) na Estação de Tratamento de Água que abastece o sistema Rio Grande. “O ideal é que no abastecimento público o teor de flúor seja de 0,7 mg por litro. Essa é uma resolução estadual que controlamos e seguimos no município”, destacou Rosana de Oliveira Rosa Rodrigues, chefe da Seção de Odontologia Especializada.
Rosana lembrou que desde que o fluór começou a ser aplicado na água de abastecimento, na década de 1980, a estimativa é que o índice de cáries tenha caído em 60%. “Essa é uma estimativa mundial. Em são Bernardo, fazemos esse acompanhamento há seis anos e o resultado está nessa diminuição de casos de cáries em crianças”, disse.
Desde 2010, a Vigilância Ambiental do município acompanha o nível de flúor na água que abastece a cidade por meio de 11 pontos de coleta espalhados pela cidade. Entre esses pontos estão Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e o Centro de Especialidades Odontológicas/Brasil Sorridente Nova Petrópolis. “As amostras são coletadas mensalmente e essa média histórica nos ajuda a fazer esse controle, de modo que não haja oscilação”, destacou Rodrigo Romão, gerente da Vigilância Ambiental.
Romão destacou que todas as amostras são analisadas no Laboratório Municipal e, quando é identificada alguma anomalia, a Sabesp é informada para que o nível de flúor volte ao ideal. “Raramente isso ocorre, mas quando há problemas, a solução é dada em até dois dias”, afirmou.
No Bairro Santa Cruz, onde o abastecimento é feito por meio de poços coletivos, o monitoramento também é realizado. Para garantir a prevenção das cáries, a Prefeitura desenvolve o programa Saúde na Escola. O programa oferece monitoramento da saúde bucal de crianças das escolas municipais, além de oficinas de escovação. “Esse é um local que temos um cuidado especial, pois parte da população perfura poços no próprio terreno e a qualidade da água precisa ser avaliada com mais atenção”, disse Rosana.
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