Empresários do setor começam a repor vagas, diz Sehal
Da Redação – Chapeiros, ajudantes de cozinha, garçons, arrumadeiras e recepcionistas voltam a ter oportunidade de trabalho nos estabelecimentos de hospedagem e alimentação do Grande ABC. A perspectiva de retomada dos negócios e o avanço da vacinação contra a covid-19 dão mais ânimo aos empresários do setor, que começam a repor as vagas que tinham sido reduzidas ou eliminadas durante o período que tiveram que ficar com os estabelecimentos fechados.
Para o presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Beto Moreira, o aumento do movimento nos locais tende a aumentar a demanda. “Ainda não chega a ser o mesmo que geralmente era visto antes da pandemia, mas, aos poucos, os donos de bares e restaurantes começam a vislumbrar um futuro melhor. Pelo menos, os que conseguiram resistir a crise, que afetou duramente a categoria”, disse. Segundo o dirigente, a crise afetou pelo menos 30% dos estabelecimentos na Região.
A advogada e diretora do Sehal, Denize Tonelotto, acredita que o atual cenário pode ser de mudança. “As empresas têm chamado de volta os empregados que estavam com contratos suspensos ou reduzidos. Isso já é um bom sinal de retomada na nossa Região. Para um garçom que ficou desempregado, o retorno ao serviço significa recuperação do poder de compra, então tudo volta a girar à sua volta. E assim é a economia”, explicou.
Dr. João Manoel Pinto Neto, advogado e diretor do Sehal, disse que está acompanhando o fluxo das recontratações e já é visível a movimentação também na contratação de novos colaboradores ou a readmissão daqueles que tinham sido dispensados “Durante o período de crise, as empresas usaram várias estratégias para sobreviver. A saída foi enxugar custos através da demissão ou redução do contrato de trabalho, entre outros recursos”, comentou.
De volta ao trabalho – A sócia-proprietária do restaurante Ghula Gulah, de São Caetano, Flávia Paschoaline Bonhine, chegou a ter 32 funcionários. “Consegui repor seis vagas. Ainda estamos trabalhando com 60% da capacidade, mas esperamos que o movimento comece a se recuperar”, acrescentou. Segundo a empresária, durante a crise, ela adotou o delivery para tentar se manter no mercado. “Usamos todos os recursos possíveis, a dispensa de funcionário foi o último deles porque a mão de obra especializada é difícil. Por isso, recontratei uma funcionária que já tinha experiência”.
Rosa Maria Ferreira dos Santos, voltou a ocupar a função de auxiliar de cozinha no Ghula Gulah. “Fui demitida em abril e não consegui arrumar outro emprego. Agora que ela (Flávia) me chamou, fiquei satisfeita”, reforçou.
“Quando a gente precisou abrir mão deles, logo no início da pandemia, foi com um certo custo emocional também, para nós da equipe do restaurante. Então, agora, a primeira coisa, nesse período de expectativa, foi a recontratação dessas pessoas que já eram parte da casa”, lembrou a empresária.
Bar – Há empresários que estão contratando novos colaboradores. Luciana Hidaka, proprietária do Bar do Bolinho, tinha 40 funcionários nas suas unidades. “Dispensamos 20% no ano passado e agora estamos repondo. Acredito que dentro de dois meses vamos conseguir normalizar o quadro”, acrescentou.
A empresária comentou que, nesse período, enfrentou grandes dificuldades nas lojas dentro e fora dos shoppings. “Manter folha de pagamento, encargos, despesas administrativas, taxas e impostos sem ter movimento tornou quase impossível seguir em frente e esperamos que possamos gradualmente ter de volta os clientes para manter os empregos que tivemos que suspender ou reduzir. O que nos ajudou foi o delivery, um formato que já tínhamos prática”, disse.
Esperança, mas com cautela, também é o cenário para o setor de motéis. Lúcia Ribeiro, gerente geral do Ramsés, de São Bernardo, disse que contratou três funcionários. “O movimento ainda não tem demanda como antes da pandemia. Conseguimos nos manter até agora. Embora tivemos a possibilidade de ficar abertos 24 horas, as restrições impostas, como o lockdown, também atrapalhou o nosso negócio porque as pessoas ficaram impedidas de circular no período noturno. Por isso, estamos indo de forma lenta, mas com perspectiva”, destacou.
Outros setores ligados ao Sehal, como pizzarias, bares e buffets foram duramente castigados durante a pandemia. Ernesto D’Andrea, proprietário da Pizzaria Vero Verde, de Santo André, explicou que teve de reduzir e suspender muitos colaboradores. “Durante grande parte da pandemia houve proibição de funcionamento do salão, o que fez com que todos os cargos ligados ao atendimento direto ao público não tivessem atividade. Agora, aos poucos, os empregados que tiveram jornada reduzida ou contratos suspensos estão retornando às atividades. Além disso, com o avanço da vacinação as pessoas se sentirão mais seguras para sair de casa e voltar a frequentar pizzarias, restaurantes, bares. E isso será bom para a economia do ABC”, destacou.
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